Bônus Elizabeth

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* Resolvi fazer esse bônus dessa maluquinha, que tem um enorme coração. Estão gostando? Se gostarem me dêem algum sinal, comentário, estrelinha, sinal de fumaça rs brinks *---*


Chego em casa e já é quase noite. Que silêncio deprimente, dona Luce provavelmente já foi para casa. Eu não suporto o silêncio. Quando não tem ninguém em casa para tagarelar, ou eu ligo a televisão e converso com os personagens dos filmes e seriados que estou assistindo, ou ligo o som e começo a cantar bem alto. Opto pela segunda opção. Ainda bem que as paredes é a prova de som, do contrário os vizinhos já teriam chamado a polícia ou o hospício.


Sigo cantando e dançando rumo a geladeira. E acabo devorando metade de um pudim de chocolate. Não resisto a nada de chocolate, e sempre cuido do meu corpo. Não fico paranóica com esse mundo da moda, que estipula um padrão de perfeição. Conheço algumas colegas que acabaram tendo anorexia e bulimia, não as julgo por isso porque a pressão é muito grande.

Quando termino meu " pequeno " lanche, desligo o som é sigo para meu quarto. Decido tomar um banho rápido e descansar, estou só o farelo do biscoito de tão cansada.

Termino meu banho e visto um pijama quentinho e deito. Entro em minhas redes sociais e não tem nada de novo. Resolvo ver as fotos que tenho em minha galeria no celular. Fico assustada pela quantidade de fotos, decido olhar as mais antigas para apagar as que não quero mais. E encontro uma foto bem antiga, nela estavam eu, meu irmão gêmeo, minha mãe e meu pai. Lembro que transferi essa foto dos arquivos do meu pai para um pen drive, pouco antes dele fazer o que fez. Seria mais fácil passar para um celular, o que eu e meu irmão nunca tivemos naquela época, segundo meu pai, era proibido. Só não lembro de quando transferi para esse celular.

Sou filha de Rodolfo Becher e Penélope Becher, ambos empresários que juntos conseguiram fama, dinheiro e poder nos negócios. Meus pais eram brasileiros, mas eu Elizabeth Becher e meu irmão Enzo Becher nascemos em território americano, e com cerca de dois meses de vida voltamos ao Brasil. A nossa ida foi apenas para termos cidadania americana, dizia meu pai facilitaria muito a nossa vida.

Agora vem a parte triste da minha história. Essa é a única foto que estamos os quatro juntos, poucos dias depois de voltarmos ao Brasil, minha mãe acabou morrendo por uma complicação na cirurgia que pelo que sabemos foi causado de um erro médico. Mas o que sempre me intrigou nessa história, é o fato de nosso pai ficar todo estranho quando perguntávamos se ele tinha tomado providências contra o hospital responsável por tirar a vida da nossa mãe, e depois de algum tempo desistimos de fazer perguntas porque seria inútil.

Eu tinha outras fotos da minha mãe, mais nessas ela estava sozinha ou com meu pai. Ela era linda, parecia muito comigo. Ruiva de olhos azuis. Já meu irmão, apesar de sermos gêmeos não somos parecidos, ele herdou os traços do meu pai, moreno de olhos verdes.

Quando éramos pequenos lembro que nunca saímos de casa, meu pai fazia questão de esconder da mídia que tinha filhos. No início eu pensei que era para não nos expor, mas depois comecei a pensar se ele tinha vergonha dos filhos.

Tinha momentos que ele nos dava atenção, era amoroso e presente. Já em outros, ele se afastava completamente, e isso nos magoava. Eu e o Enzo éramos muito unidos, e nessas horas ele era mais forte e me consolava. Eu tinha dúvidas se ele nos culpava pela morte da nossa mãe, mais guardei isso só para mim e preferi ficar na dúvida, me pouparia sofrimento.

Tinha noites que ele não dormia em casa, e deixava as babás, os seguranças e os empregados responsáveis por nós. Em outras ele chegava muito tarde, e em uma dessas noites ele nos acorda, quase de madrugada.

O MendigoOnde histórias criam vida. Descubra agora