A cópia do Coringa

A volta de meu pai

Anos haviam se passado, eu não era mais uma criança e meu pai simplesmente não havia participado de minha infância. Todos os seus "amigos" diziam que eu era idêntico a ele. Eu não sabia. Não o conhecia. E nunca tinha ido visita-lo na cadeia.
- John. - Minha mãe gritou - Vista se. Seu pai chega hoje. - Aquilo me deixou nervoso. E se ele realmente fosse o lunático que todos pintavam? Me sentei na ponta da cama sem camisa ainda com sono. Entrei no chuveiro e lavei meus cabelos verdes como de meu pai. Bela herança genética pensei. Coloquei uma camisa social branca e calça social marrom. Desci as escadas - Filho você está lindo. - Minha mãe falou sorridente, eu nunca a via triste mesmo com meu pai longe.
Escutei ao longe barulho de panelas - Tem alguém cozinhando? - Ela riu - Contratei umas cozinheiras seu pai deve chegar faminto... meu puddinzinho.- Agora ela parecia um gato ronronando. Sai de perto e me sentei no canto. Acendi um cigarro - Não fume aqui dentro mocinho. - Ri e ignorei ela.
Entrou então uma mulher com uma travessa com petiscos. Peguei um e dei uma piscadela para moça. Porém não achava tanta graça assim em mulheres... não sabia ao certo porque. Me joguei no sofá deixando cair o cigarro apagado no carpete - Eu vou te bater seu capetinha. - Minha mãe falou levantando a mão. Sorri com ironia para ela.
Escutei o barulho de um carro chegando e confesso meu coração acelerou. No fundo queria conhecê lo. Mas ao mesmo tempo tinha raiva dele ter sido tão ausente. Ouvi a porta da frente se abrir. As mulheres que iriam servir estavam claramente nervosas com certeza devido a má fama de Coringa, o grande e perverso Coringa. Ri. Então ele entrou pela sala um pouco mais velho que nas fotos que minha mãe tinha - Arlequina querida. - Ele a puxou para um beijo sem pudor. Então fixou os olhos em mim - Filho. - E sorriu.