Souldrak's: A Sociedade Perdida

Capitulo 2 -- Um Hematoma, Um Segredo e Um Mistério.

- Cara, você é retardado? Por que bateu sua cara na parede? - Érick ria exageradamente limpando uma lagrima no canto do olho.

Eu até então não havia lhe contado toda a historia que ocorrera há três dias e estava me atormentando desde então.

- Aconteceu assim - Digo enquanto gesticulo com as mãos e puxo um papel e um lápis para perto iniciando um desenho detalhado.

- Logo depois de você dar uma de louco e sair sem quase nenhuma explicação, eu segui Jhonny ate um beco um pouco distante da escola- Vou contando-lhe a história sem deixar nada passar enquanto continuo a caricatura - ... Aí então me afastei alguns metros da parede e quando me lancei contra ela, crente que algo surpreendente aconteceria, dei de cara com o duro tijolo da parede ganhando esse lindo galo no meio da testa. - Assim que termino de contar tudo observo o desenho por alguns instantes, eu sempre fui muito bom em desenho, portanto havia feito uma breve caricatura do homem misterioso no beco.

Um grande silencio tinha se estabelecido entre mim e Érick e ao olha-lo percebo que sua expressão estava séria e de certa forma sombria, nunca o tinha visto assim, para um rapaz que é sempre alegre e comunicativo, ficar assim era algo preocupante, ele olhava fixamente o desenho sem dizer uma palavra.

- Ei, você não vai falar nada? Conhece esse cara? - Minha voz parece tê-lo acordado de um transe pois ele me olha friamente e balança a cabeça negativamente.

- Não nunca o vi - Vejo a mentira nos olhos de Érick, porém, antes que possa pressioná-lo ele se levanta rapidamente e me faz um pergunta um tanto inusitada:

- Você tem uma marca de nascença né? - Ele me encara com uma expressão seria estampada no rosto.

- Sim, no peito, e você sabe muito bem disso. Ei, aonde você vai ? - Pergunto ao vê-lo andar em direção a porta. Ele move os lábios, parece que diz algo como "depois conversarmos".

Eu realmente não poderia estar mais confuso que agora, minha cabeça parecia girar lentamente tentando conectar os pontos, entender tudo o que acontecia. Saio pela porta do quarto a passos lentos e silenciosos, não sei por que andava assim em minha própria casa mas sentia que naquele momento deveria, como um sussurro baixo em minha cabeça dizendo: "Cuidado, seja cuidadoso".

Ao chegar a cozinha ouço a voz de minha mãe falando entrecortadamente de forma manhosa, reconheço bem esse tom, ele sempre usa após mais uma briga com meu pai. Ela estava chorando, mas por que?

- Eu sei que é difícil, sei que você se esforçou para mante-lo seguro, mas, ele esta cada vez mais próximo de descobrir a verdade. Seria muito melhor se fosse por você. -A voz era de.. Érick!! Mas por que ele diria essas coisas a minha mãe? Eles nunca forram de conversar, e afinal sobre o que estavam falando?

- Se eu contar a Arthur o que ele ou o pior que eu não sou sua mãe, ele não vai entender, não agora. É muito pra ele. Tem que haver outra maneira. - Sua voz havia se acalmado um pouco, mas ainda tinha um tom triste.

O que eu havia acabado de ouvir? Não podia ser verdade, ela não podia ter escondido isso de mim minha vida toda. Levo as mãos a boca em uma expressão de surpresa e certa raiva, sinto quando as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Tento sair sem fazer barulho, no entanto, o universo sempre está contra mim e bato contra umas caixas que, juro que não estavam ali antes. A mulher que achei que era minha mãe e Érick se viram em minha direção. Os dois ostentam uma expressão surpresa, talvez até um pouco amedrontada.

- Arthur... Não é nada disso que você.... - Minha mãe tenta dizer enquanto começa a dar passos em minha direção, mas era tarde de mais.

Obriguei-me a correr em direção ao meu quarto ignorando a ardência em meu peito. Tranco a porta, segundos depois ouço batidas fortes contra mesma, acredito ser de Érick.