Souldrak's: A Sociedade Perdida

Capitulo 7 -- O Chamado.

-- Ah, ai está você. Estava te procurando agorinha, temos que conversar sobre algumas coisas e enfim lhe darei seu resultado. - Suspiro aliviado ao ouvir que a voz era de Steven, ele havia entrado na sala de batalha e me viro rapidamente para olha-lo, sua expressão era sorridente mas sei o que ele esconde e sobre como ele investigaria minha vida pra descobrir alguma coisa que nem mesmo eu sei.

Steven caminha até mim colocando sua mão direita sobre meu ombro e levemente me empurrando e forçando-me a andar em direçao a porta da sala. Em poucos minutos estamos caminhando pelos extensos corredores.

--Então garoto, o que você me diz sobre a batalha de hoje. Como você acha que destruiu uma criatura do caos nível 3 com apenas um golpe? - Ele me olha friamente enquanto me conduz a uma sala que eu nunca havia visto antes. Era uma mistura de escritório com um quarto de luxo. Havia uma grande mesa ao canto da sala repleta de papeis e objetos, como luminárias e xícaras que ele provavelmente havia deixado ali há muito tempo. Do outro lado do quarto tinha uma cama bem arrumada e coberta com algo que parece ceda pura e dourada, próximo a cama havia uma lareira acesa e algumas fotos sobre a mesma, as paredes pareciam de uma madeira rústica e bruta, mas creio que seja apenas um papel de parede. Uma enorme luminária pendia no teto clareando todo o local. Fico boquiaberto ao ver o quarto e percebo que Steven sorri levemente.

-- Este é meu quarto e local de trabalho, queira se sentar por favor. -Ele diz se sentando atrás de sua mesa e apontando a cadeira a sua frente, eu rapidamente tomo meu lugar e fico em silencio o observando. -- Você ainda não respondeu a minha pergunta garoto. -Steven me olha com um olhar tão sério e frio que me faz estremecer.

-- Ah claro. Bem eu não sei muito bem o que eu fiz e nem como aconteceu, foi como se eu tivesse perdido a consciência pouco antes de ser atacado e algo tomasse posse do meu corpo, controlando meus atos, algo muito poderoso -Decido não contar tudo a ele, muito menos a forma como aquele poder me pareceu do mal, pois não acho que deva confiar em alguém que tenta me interrogar a mando de Ronnie.

--Interessante. - Ele diz analisando meu rosto tentando descobrir algo nas entrelinhas da minha historia, e eu não duvido nada que ele consiga, o que faz com que eu abaixe levemente meu rosto. Steven suspira. -- Garoto, o que você fez la dentro é magia proibida, Ronnie suspeita que você seja um Drakaal, nós não possuímos muitos registros sobre eles, não tanto quanto o conselho, mas são como bandidos foragidos. Todos evitam falar sobre eles, embora eu ache isso errado, afinal eles são como nos, são Souldraks. Os Drakaal aparentemente são muito poderosos, e por isso se recusam a seguir as ordens do conselho. Contam os rumores de que eles são feitos do ultimo suspiro do grandioso dragão que combateu o caos no passado, há também as lendas dizendo que o poder deles vem da parte corrompida da alma do Dragão, e que talvez derive do próprio caos. Sei que você não tem ideia do que esta em jogo, e muito menos culpa em tudo isso, mas eu só peço que não me esconda nada, é muito importante.

--S-sinto muito, não há mais nada que eu saiba - Digo lembrando-me de meu sonho e das coisas que eu havia visto. Não sei por que Steven estava me contando tudo isso mas eu não posso confiar nele, não depois do que eu ouvi, afinal pode ser tudo um jogo. --Não sei que tipo de magia usei mas você deve estar engando, eu não sou um desses.. Drakaal, agora por favor se me der licença eu estou cansado e gostaria de me retirar. - Digo rapidamente me levantando da cadeira e ouço apenas o suspiro de Steven quando me afasto. Pouco antes de fechar a porta consigo ouvi-lo falar baixo "Você não tem ideia do seu poder garoto"

A unica coisa que eu nao tenho ideia no momento, é do que esta acontecendo com minha vida, ha poucos dias eu era apenas um garoto normal, ou quase isso, e agora descubro que sou um Souldrak, que posso fazer magia, e que possivelmente sou um criminoso em potencial. Que bela historia.

Afasto esses pensamentos da cabeça e me concentro em achar meu quarto, tudo o que eu precisava no momento era de um bom sono e acalmar os nervos, tudo se resolveria com o tempo, minha única preocupação agora é deitar em minha cama e só acordar amanhã. Mesmo que ainda seja o inicio da tarde.

Após muito tempo vagando pelos corredores lembro de Tsui, Minha Lun, ele provavelmente conhece este lugar perfeitamente e poderia me dizer como achar meu quarto, pois eu já estava exausto de caminhar e abrir portas inutilmente por horas, mas como eu iria consulta-lo? Eu teria de fazer com que ele de alguma forma volte para fora de meu corpo, que ele tome sua aparência original de luminária fantasma.

De alguma forma eu tinha ideia do que fazer, como se alguém sussurrasse em meus ouvidos tudo o que eu precisava, nos momentos que mais precisava. Junto minhas palmas uma na outra e me lembro da sensação que tive quando ele se fundiu comigo, reproduzo o sentimento carregando a energia em minhas palmas e ao afasta-las levemente o corpinho luminoso e flutuante de Tsui se forma em minha frente.

Ele parece feliz, pois flutua de um lado a outro rodeando minha cabeça e produzindo ruídos baixos e agudos.

--Certo garoto, pode me ajudar a chegar no meu quarto por favor? - Tendo dizer a ele o que deve fazer mas ele para e fica me observando como se não soubesse o que estou falando.

tento gesticular com as mãos de todas as formas que encontro mas ele só me observa, curioso, provavelmente sem entender uma palavra do que digo ou gesticulo. Até que por fim suspiro pensando em meu quarto e no quanto eu queria estar nele nesse momento.

Para a minha surpresa isso parece ser suficiente, Tsui entende meus desejos e pensamentos e passa a flutuar pelo corredor para que eu o siga e assim eu faço. Cerca de 6 metros a frente do local onde eu estava ele para em frente a uma porta e assim que a abro percebo ser meu quarto. Olho incrédulo para a Lun, simplesmente não consigo acreditar que estava tao perto esse tempo todo. Suspiro querendo me matar por isso, mas apenas me jogo sobre a cama e apago.

-x-

Assim que abro os olhos eu já não estava mais em meu quarto, na verdade creio estar em lugar nenhum. Ao meu redor tudo era escuro, como se eu me encontrasse perdido no vácuo, exceto por um foco de luz circular que parecia distante, parecido com o fim de um túnel. Tento caminhar em direçao a saída mas meus pés não parecem tocar o chão, assim que olho para baixo percebo que não havia um chão, nem pés, eu não possuía um corpo, minha alma estava vagando.

--Olá Arthur, finalmente conheci você. - Uma voz doce, melodiosa, suave e estranhamente familiar parece vir de traz de mim, o que faz com que eu me vire abruptamente me deparando com a forma luminosa de uma mulher em minha frente. A projeção dela só se estendia ate a cintura mas percebo que ela usava um manto completamente preto cuja touca lhe cobria parte do rosto, seus cabelos ruivos escapavam para fora do manto, sua pele era clara como a minha e possuía um lábio vermelho como sangue.

--Quem é você? Aonde estou? - São as primeiras perguntas que me vem a mente e saem da minha boca sem que eu perceba. A mulher simplesmente sorri e ignora minhas perguntas.

--Não temos tempo para isso agora, gastei muita da energia que me restava para essa projeção, preciso que venha me encontrar na floresta fora da escola. Sem perguntas, apenas venha. Tudo será explicado quando você chegar, traga seus amigos, vocês não estão seguros ai e são mais importantes para o mundo do que você pode pensar rapazinho. Confie mim. - Mesmo com toda essa situação e o meu entendimento nulo sobre ela, não consigo sentir medo na presença dela, uma calma e segurança excepcionais expiram da moça, fazendo com que eu queira segui-la por todo lugar. Mas ainda me resta um pingo de razão.

-- O que? Me diga quem e você. E por que eu deveria confiar em você? -- Digo analisando-a. Não fazia sentido tudo aquilo, simplesmente aparecer e me mandar para o suposto lugar mais perigoso desta dimensão, se é que posso chamar isso de dimensão, que esta repleto de monstros perigosos, sem nenhum motivo aparente.

A mulher abre um largo sorriso e levanta a cabeça o suficiente para que eu veja seus olhos que brilhavam fortemente em roxo-azulado e uma cicatriz na bochecha que se estendia ate o cílio inferior do olho direito.

Começo a ser sugado rapidamente para dentro do circulo de luz, apenas vendo a figura da mulher se afastar. Tudo o que ouço, antes de ser sugado completamente para dentro da bola luminosa, como um eco é:

--Por que eu sei onde está sua mãe.

*Capitulo 7. Espero que gostem, tive que dar uma parada com o livro por que estava sem criatividade para continuar*