Já se aproximavam das 00h, eu continuava sentada no sofá, com aquela xícara de chá nas duas mãos, olhando pros inúmeros quadros espalhados pela parede:Lolla: Mellyssa?
Voltei a atenção para a mesma, que me olhava mechendo os dedos:
Lyssa: Oi?
Lolla: Você..hm..quero te mostrar uma coisa.
Levantei e coloquei a xícara na mesa, passei a mão no nariz, espirrei e assenti:
Lolla: Vai pegar um resfriado.
Lyssa: Provavelmente sim.
Subimos as escadas de madeira rústica, passamos pelos corredores, paramos em frente ao antigo quarto de Gus:
Lolla: Nós não mechemos em nada, está do mesmo jeito que à 2 anos atrás.
Meu coração saltitou:
Lyssa: Tudo..tudo do mesmo jeito?
A voz saiu falha :
Lolla: Sim.
Colocou a mão na maçaneta e eu olhei:
Lolla: Pode ficar à vontade.
Me deu passagem para abrir a porta e saiu.
Minhas mãos estavam trêmulas e o simples ato de abrir uma porta, se tornou algo difícil, meu cérebro imaginava mil coisas e ao mesmo tempo reproduzia um filme de tudo que já passamos juntos, já estava ali à alguns minutos, só imaginando coisas.
Depois de um tempo criei coragem e girei a maçaneta, estava tudo como antes, o cheiro dele invadiu minhas narinas, me fazendo voltar ao passado.
Até mesmo a cama estava bagunçada, os livros espalhados na mesa de estudos e algumas roupas penduradas na porta do guarda roupas, meus passos ficaram lentos e eu não conseguia parar de pensar nele
Como seria se nada disso tivesse acontecido?
Era a pergunta que martelava sem parar, eu sentia, sentia que ele estava aqui, mesmo sem poder vê-lo, eu sentia sua presença, era como se algo invisível estivesse ao meu lado à cada movimento, só observando tudo que eu fazia.
Fiquei no quarto por mais ou menos uma hora, depois de ver tudo, ouvi a voz do meu pai no andar de baixo, abri uma gaveta e vi um caderno de capa vinho, alguns desenhos em dourado e um pequeno cadeado.
Soprei a poeira que se acumulava sobre ele, a porta foi aberta:
Lolla: Seu pai está aqui...
Olhou para as minhas mãos:
Lyssa: Me desculpe...
Entreguei o caderno pra ela:
Lolla: Isso pertence à você.
Lyssa: Mas..
Lolla: Era um diário que o Gus tinha, não contava pra ninguém sobre esse objeto, depois do assassinato, enquanto eu pegava algumas coisas, achei ele trancado no criado mudo.
Lyssa: Diário?
Lolla: Sim.
Descemos pro andar de baixo:
Carlos: Como você está?
Dei de ombros:
Lolla: Aqui está a chave.
Lyssa: Obrigada Lolla.
Lolla: Eu que tenho que agradecer por tudo que você fez para o meu filho, sou muito grata à você Mellyssa.
Sorri fraco:
Carlos: Vamos?
Lyssa: Tchau Hugo.
Hugo: Volte mais vezes.
Lyssa: Volto sim.
Entrei no carro, o percurso foi de silêncio até meu pai resolver ligar o rádio, pra deixar o clima mais animado ainda
Olá ironia :)
Olá Cons ♡
Estava tocando When I Was Your Man - Bruno Mars, sério isso?Mas que diabos tem que tocar músicas tristes em momentos tristes?
Alguém me balançou, abri os olhos e vi que estava em casa, abracei o diário e entrei.
Estava tudo silencioso, apenas subi pro quarto, coloquei o caderno na cama e me deitei.
O dia tinha sido cansativo..
E triste..
Como sempre..
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O Filho Do Meu Padrasto
Teen FictionDuas pessoas diferentes ao extremo, enquanto ela leva a vida imersa em um pesadelo sem fim, ele vive como se não houvesse o amanhã, enquanto ela tenta ir embora desse mundo injusto e cruel, ele só quer viver um dia após o outro. Após uma sequênc...