O Filho Do Meu Padrasto

Capítulo 74

   "Você vai ser feliz, mas antes a vida vai te ensinar a ser forte. "

 
    Acordei às 14h30, minha cabeça estava doendo e meus olhos demoraram para se acostumar com a claridade do quarto.

  Levantei meia tonta, peguei a toalha que estava dobrada em cima da cadeira, entrei no banheiro, fui pra debaixo do chuveiro.

  As lembranças do dia anterior começaram a aparecer, tudo estava aparentemente bem, até eu me lembrar de Mattheus, uma lágrima solitária rolou, coloquei a cabeça na parede:

Lyssa: Droga Mellyssa, você é muito idiota.

  Levantei o rosto:

Lyssa: É tudo tão difícil.

  A tristeza deu lugar à raiva, sabe quando você fica pensando em meios de matar a pessoa?

Esquartejamento?

Hm...

Afogamento?

Agressão?

Tiros?

Facadas?

  Eram tantos modos, fiquei pensando por muito tempo, quando me dei conta, eu já estava à 20 minutos no banheiro, me enrolei na toalha.

  Peguei um short jeans de lavagem clara, uma blusa branca com uma estampa em preto e branco, penteei os cabelos, desci e dei de cara com o meu pai comendo:

Carlos: Boa tarde.

Lyssa: An, oi.

Carlos: Você estava chorando?

Lyssa: Não.

  Abri a porta do armário, peguei um remédio, tomei, me sentei e peguei um pacote de biscoitos:

Carlos: Como foi a festa?

Lyssa: Boa.

Carlos: "Boa", só isso?

Lyssa: Legal.

Carlos: Tenho que ir pro trabalho, a Ellyse foi na casa de umas amigas, você fica bem?

Lyssa: Sim.

  Olhei pra Tv, estava passando o jornal local:

Jornalista: O corpo de uma adolescente foi encontrado nessa madrugada em um colégio da região central, de acordo com a polícia, a jovem foi estrangulada até a morte, familiares disseram que não fazem ideia do motivo do assassinato, os assassinos estão sendo procurados.

Lyssa: Não...

  Deixei um copo cair no chão, coloquei a mão na boca:

Jornalista: O nome da vítima é Bianca Soares, filha de empresários bastante conhecidos na região.

Lyssa: Eu..eu sei quem..

Carlos: Você sabe quem matou?

Lyssa: Me leva na delegacia, por favor.

Carlos: Você sabe?

Lyssa: Vamos.

  Peguei o celular em cima da mesa de centro, ele não disse nada e me levou.

  Assim que entrei, vi os pais de Bianca, a mãe chorava sem parar, enquanto o pai tentava consolar:

XxX: Boa tarde, posso ajudar?

  Explicamos pra ela que eu queria falar com o advogado que estava cuidando do caso, esperei alguns minutos e fui chamada.

  Me sentei, ele se sentou na minha frente, pegou um papel e uma caneta, abaixou os óculos: