Capítulo 104

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" 💭🍁Ei menina, para de se importar tanto com ele e pensa um pouco mais em você, vá descansar, não perca o seu sono por ele, ele não vai te ligar as 3 da manhã falando que esta sentindo a sua falta, que está com saudades do seu beijo, do seu cheiro, do seu sorriso, esquece isso. Não sofra por um cara assim, ele não quer ver você feliz, se ele quisesse ele estaria ai contigo. Mas não está, então para menina. Você é muito mais que isso, você merece um homem de verdade, um homem que vai te ligar de madrugada falando que sente a sua falta, que precisa de você. E o principal, te fazer feliz todos os dias, até nos piores dias.💭💕"

  Não sei o real motivo, mas minhas pernas fraquejaram e eu senti uma enorme vontade de chorar, simplesmente sair correndo por aquele corredor, me jogar em frente à primeira porta que visse, e desabar, soltar tudo o quê estava entalado à meses.

  Mas não, eu não iria chorar, não iria cair na bobeira de derramar lágrimas por alguém que não derrama uma gota de suor por mim, já foi o tempo em que eu me trancava no banheiro feito uma menina indefesa, que corria dos problemas, e via a solução em uma caixinha azul aveludada, repleta de lâminas.

  À dois anos eu venho sofrendo incansavelmente, eu venho chorando às escondidas e me auto-mutilando, tentando achar abrigo nos braços de algo imaginário, mas eu cansei, simplesmente cansei do fato de não enxergar felicidade em mais nada, desde a morte do Gus.

  Eu estava cansada de me sentir infeliz por algo que eu não tive culpa, achar que toda a minha vida acabou por causa de algo com que o eu não tive nenhuma relação (em partes), não quero ser egoísta nem nada, mas eu não o obriguei a me salvar.

  Eu podia simplesmente ter deixado eles me matarem, minha vida era uma merda bem grande, e em todo caso, a única falta que eu faria era na hora de por a porra do lixo pra fora.

  Sempre fui uma pessoa com um azar imenso, acho que quando nasci, a minha primeira perna à ir pra fora foi a esquerda, porque sinceramente, não existe alguém mais azarado que Mellyssa Stewart Lins.

  Dos meus cinco anos até os sete, eu fui agredida e tratatada feito um cachorro pela mulher que se dizia minha mãe, presenciava brigas incansáveis entre ela e meu pai, os dois se xingavam, e às vezes, esses xingamentos acabavam caindo sobre mim, uma criança, com uma mente ainda em formação, e apenas cinco anos de vida.

  Pouco antes de completar oito anos, fui arrastada até Atlanta, para tentar fugir dos surtos psicóticos que atormentavam minha mãe, meu pai sempre fez o que pôde para me deixar feliz, eram roupas, brinquedos, um quarto literalmente de princesa, sapatos, acessórios, perfumes, TUDO, mas como dizem, a felicidade não vêm das coisas materiais, e isso me define completamente, pois eu tinha aparentemente TUDO aos olhos de outras crianças, mas o que eu realmente queria, era algo que dinheiro nenhum no mundo pode comprar, que era uma coisa chamada amor de mãe.

  Depois de tudo isso passar pela minha mente como um flash, eu decidi que a partir desse momento, aquela menina "fria" e "marrenta", iria se afastar um pouco de mim, pois ninguém tem culpa da minha vida ser um inferno desde o momento em que eu respirei o ar desse mundo pela primeira vez.

  Estava na hora de ser feliz, estava na hora de deixar todo o passado pra trás e seguir minha vida de modo diferente, à procura da felicidade que eu só tive uma vez na vida.

  Ninguém vem ao mundo por acaso, e eu não vim só para sofrer e ser infeliz, estava na hora de procurar felicidade aos quatro ventos, sorrir sem se cansar, pois era disso que eu precisava: Um pouco de açúcar, nessa vida amarga, Um pouco de luz, nessa escuridão que me artomentava à anos.

  A partir de hoje eu procuraria a felicidade à qualquer custo, aproveitaria cada momento, um simples banho de chuva, uma simples crise de risos que sempre ataca em horas inconvenientes, não importa o quão simples o momento seja, o importante é que ele te faça realmente feliz.

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora