05. primeira parada

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Meu vôo chegou cedo e pousou pouco depois das 8 da manhã no Brasil.
Eu queria aproveitar o máximo possível da viagem, então dispensei uma hospedagem em um hotel, e fui a procura de uma boa aventura com a minha mochila nas costas.

Saí do aeroporto e fui direto para a estrada, peguei uma carona ate sair da rodovia, e entrei numa trilha que tinha pelo mato a pé.

A trilha estava no mapa, então eu fiquei mais tranquilo em questão de me perder.
Botei foco, força e fé na caminhada, e logo no final da tarde, eu já estava em frente a uma vista linda.

— que lugar lindo.- falei sozinho.

Olhei de lá de cima para a paisagem ao meu redor, e fiquei encantado.

— vai ser aqui mesmo que vou passar a noite.- comecei a montar a barraca.

Armei tudo sem esforço, e também consegui fazer uma fogueira com alguns gravetos e folhas secas.
Tirei o violão da bolsa e comecei a tocar cantando sozinho.

Eu sempre me dei bem com a solidão.
Mesmo em meio a tantas pessoas, e um irmão super protetor, eu gostava de ficar sozinho.
Mais do que isso, eu me sentia melhor assim.

Deixei o violão de lado, e deitei na grama para olhar as estrelas.
Agora elas eram muitas, o cel estava limpo e claro, e dava pra ver milhões delas.
Sorri encarando o cel iluminado, e suspirei alto.

As vezes tudo oque a gente quer, é que as coisas fiquem um pouco mais calmas.

Entrei na barraca, e dormi até o sol nascer.
Levantei para continuar com a caminhada bem cedo, as 5:30 da manhã.
Guardei tudo na mochila, joguei nas costas, e segui pela trilha novamente.

Chegando na estrada, resolvi pedir carona para chegar ate a uma cidade próxima.
Fiquei andando por horas, ate aparecer uma velha picape cheia de crianças com uma senhora ao volante.
A idosa cheia de bondade, estacionou no acostamento e sorriu ao abaixar o vidro do motorista.

O carro era bem velho, e as janelas eram de manivela.

oi, a senhora pode me dar uma carona ate a cidade mais próxima?- pedi.

Não sei se ela me entendeu, mas ela fez que sim com a cabeça, e apontou para a parte de trás.

Fui para a traseira do carro, onde já tinham 4 crianças, todas de idades diferentes.
Elas me olharam curiosas enquanto eu subia na carreta, e jogava a mochila aos meus pés.

— oi.- uma delas disse.

A menininha negra, tinha um penteado de trancinhas e faltavam dois dentes na frente.
Devia ter uns 6 anos talvez.

— oi.- respondi tímido.

Ela sorriu e se encondeu nas pernas da provável irmã mais velha.
Ela também tinha a pela bem mulata, e os olhos verdes se destacavam.
Era linda, devia ter doze anos eu acho.

Diário de um garoto solitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora