07. visita

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Eu tentei relaxar durante as horas de vôo que tínhamos, mas Maya não calava a boca e foi só o avião decolar que ela começou a tagarelar.

— oque você faz da vida? Você estuda? Eu soube que você tinha uma namorada? Ela ainda esta com você? Porque você nunca fala dela?- ela dispara sem parar.

Respirei fundo olhando pro teto, e por um segundo desejei que o avião caísse.

Olhei pra ela sério e respondi curto e grosso.

— você não sabe ficar quieta?

Ela ficou séria e virou para a janela chateada

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Ela ficou séria e virou para a janela chateada.
Me senti um idiota de novo, e bufei.

— desculpa, é que eu quero descansar e você não para de falar.

— não se preocupa, eu não vou mais incomodar você com o som da minha voz.

Revirei os olhos e respirei fundo.

— Maya... para com isso por favor.- pedi.

Ela continuou me ignorando, então eu me aproximei dela na janela e virei o rosto dela pra mim.

— pode voltar a falar comigo por favor?

Ela desviou o olhar corada, e assentiu.

— ta bom.

Nós pedimos um saquinho de amendoins, e ficamos conversando outra vez.

— me diz uma coisa Maya, se você não tivesse encontrado comigo naquele trem, oque teria feito ?- indaguei.

Ela pensou um pouco e falou.

— sinceramente?

— sim.

— eu não sei.- ela da de ombros.

— é sério? Você não faria nada? Então ia desistir e pedir esmola?

— eu fui criada numa família que tem grana Mike, a ultima coisa que eu faria seria pedir esmola.- ela responde.

— e como iria conseguir um lugar pra dormir? Ou comer? Pensou pelo menos em voltar pra casa?- questionei.

— eu iria pensar em algo, mas de qualquer maneira, ainda bem que eu encontrei você.- ela sorri aliviada.

Sorri também, e nós seguimos com a viagem ate chegar finalmente em Londres.
Depois de desembarcar, Maya e eu tivemos que pegar dois ônibus e um caminho a pé para chegar no vilarejo onde meu pai mora.
Eu só o tinha visitado uma única vez, mas graças a minha memória me lembrava do endereço.
Chegamos na rua, e eu já avistei a porta da frente de longe.

Era pequena e preta, e a fachada era de tijolinhos brancos com uma árvore no pequeno jardim.
Andamos ate lá, mas antes de entrar eu sugeri a Maya que ocultasse certos detalhes sobre o nosso encontro, como também sobre a identidade dela.

Diário de um garoto solitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora