Capítulo 15

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Eu me arrumei com um vestido vermelho rodado que ia até a altura dos joelhos, calcei minhas sapatilhas e levei nos braços um casaco para o caso de fazer frio. No cabelo, fiz uma trança e pedi para que Marceline me ajudasse a prendê-la.

- Onde vai, senhorita? - Perguntou me olhando pelo espelho.

Baixei o olhar e pressionei os lábios.

Eu queria sorrir só de pensar em Nicholas, mas sabia que ela não aprovaria aquela saída ou, no mínimo, ficaria desconfiada. Então era melhor que eu mentisse, mesmo que aquilo me doesse.

- Vou sair com Noah. Vamos tirar umas fotos com a polaroid. - Dei de ombros, mexendo nas unhas, sem coragem de olhá-lo nos olhos.

- Divirtam-se. - Ela me deu um beijo no rosto e saiu do quarto.

Peguei meu celular e comecei a digitar uma mensagem para Nick.

"Quando chegar, permaneça no carro e apenas me ligue, xx"

Não recebi resposta, mas não demorou muito para que meu celular tocasse. Atendi de imediato.

- Blue? - Nick chamou.

- Sim?

- Estou bem próximo.

- OK. - Com um enorme sorriso, desliguei o celular e sai em disparada pela porta da frente gritando um "tchau" para Marceline.

Quando avistei seu carro, abri um sorriso largo e entrei no banco do passageiro.

- Oi. - Disse, sentindo minhas bochechas queimarem.

Ele estava lindo com uma camisa social erguida até os cotovelos e a calça caqui lhe caindo bem. Se inclinou na minha direção e selou nossos lábios devagar.

- Você está linda, menina Blue.

Será que tinha como eu ficar mais corada? Mordi o lábio inferior e vesti a blusa de frio, ajeitando a polaroid no colo.

- Trabalhou hoje, Nick? - Questionei enquanto ele já dirigia ao nosso destino desconhecido.

- Sim. Mas saí mais cedo para ficar com você. - Ele apertou minha coxa e a acariciou.

Senti um frio na barriga que não sentia há muito tempo e sorri com a sensação boa.

- Vejo que veio de saia. - Balançou a cabeça em negação, fazendo um barulho com a língua.

- O que tem?

Droga, eu havia errado na hora de me vestir? Mas como poderia saber o que vestir se nem sabia para onde ele me levaria?

- Inapropriado para o que vamos fazer. Mas não tem problema. Nós daremos um jeito. - Piscou para mim e continuou a dirigir.

Nós nos afastamos um pouco de casa, mas logo havíamos chego ao nosso destino. Estacionamos e eu ainda não fazia ideia de onde estávamos ou o que faríamos. Ele saiu e abriu a porta para mim, mas não tive oportunidade de observar muito, uma venda cobriu meus olhos e eu toquei o pano que me impedia de enxergar um palmo à minha frente.

- OK, agora estou com medo. - Dei uma risada nervosa enquanto sentia ele dar um nó no pano.

Suas mãos acariciaram meus braços e sua respiração quente bateu em minha nuca.

- Não fique.

Ele tocou minha mão e me abraçou, passando a me guiar pelo caminho de pedras que pareceu durar mais do que aparentava, logo estávamos pisando em um gramado natural.

- Deus, eu estou sentindo que vim com a pior roupa do mundo. - Ri um pouco e ele me acompanhou, dando um aperto singelo na minha cintura. Nem preciso dizer que fiquei sem ar.

BlueOnde histórias criam vida. Descubra agora