foi gelado, foi frio
foi ficando vazio
cê me ajudou nas escadas
mas escorreguei sozinho
no mar gelado
afoguei como aquele navio
conheci meu iceberg
de inconsientes caminhos
deslizei calmamente
numa dor turbulenta
com agulhas que queimam
injeitei-me minhas verdades
suei sozinho
debatendo-me
até o fundo
você me jogou e eu
toquei os pés no piso mais inferior
com os olhos na margem
cê só observou
não agarrou minha mão
mas ressurgi sozinho
a ponta do gelo você vê
mas em baixo
eu sangro meus espinhos,
como deve ser
e
como sempre foi,
apenas sozinho