Desabar-me

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Entrada 127 – 19/08 às 13:21 — No telhado da escola, encostado no muro.

Eu sei que suicídio não é um dos melhores jeitos de se resolver, mas é o único que eu tenho. A cada corredor, a cada sala de aula que eu entro, todos começam a dar risadinhas e me olhar com curiosidade, como se eu fosse um bicho no zoológico que eles nunca viram. Ninguém, nenhum deles se importa com a dor que eles podem inflingir, nenhum sequer liga para quem eles estão zoando, só espero que quando eu estiver gelado como uma noite de inverno, eles se arrependam, e aí já vai ser tarde demais e o meu sangue vai estar nas mãos deles.
Meu pai saiu de casa, segundo o que minha irmã me disse e mamãe me disse que eu posso voltar para casa, mas eu não vou precisar mais voltar, afinal, hoje a noite tudo isso vai acabar. Meus pulsos não aguentam mais, a cada novo corte ele se abre mais e de uma forma que não deveria, meus olhos cheios de olheiras, meu cabelo que não vê uma escova há muito tempo, minhas roupas que estão sendo as mesmas desde o dia em que saí de casa, e a vontade de simplesmente me afogar na cama, ficar ali e desaparecer, sumir da face da Terra. Eu não sei o que está acontecendo comigo, estou chorando enquanto escrevo e molhando todo o meu teclado de lágrimas idiotas, tem como o dia ficar pior?

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