Pra mim, a minha fuga não foi um ato de rebeldia como da maioria, tipo: "eu vou fugir pra depois voltar, dai meus país vão me dar atenção " ; não, minha fuga era um modo de buscar uma vida melhor. Estava cansado do meu cotidiano: acordar, ver minha mãe surtar e me chacoalhar que nem maluca, ir pra a escola, sentir na pele o que é pagar pelos pecados, voltar, às vezes receber uma desagradável visita do meu pai... NÃO, isso não podia ser tudo.
No entanto, era algo diferente pra mim. Era novo. Mas eu tinha que tentar, pois naquele momento, me encontrava na rua, com minha mochila nas costas e sozinho. Estava com medo, de certa forma, mas feliz por outro lado, sentia que era o começo de algo grande.
Tive esse momento por 15 minutos. Mas pra mim, foi sorte. Considerando meu passado.
Continuando, meu momento de felicidade terminou quando apareceu um monstro. Já devem ter ouvido falar desse. Quimera.
Então era isso. Eu estava sozinho no meio da rua, com um " maravilhoso" ser a minha frente.
Como vocês devem saber, a vida dos semideuses gira em torno de um só conceito: MORRER OU MATAR.
E eu não queria morrer. Embora não parecesse uma opção ruim, eu queria mais do que uma vidinha miserável antes de morrer.
Saquei a espada e investi contra a quimera.
Eu já tinha certa prática. Porém, sem treinamento. Então usava apenas o instinto.
Dei o primeiro golpe mirando na barriga do monstro, infelizmente, a quimera era rápida. Ela desviou, e ainda tentou me dar um super soco, (que teria acertado minha região da sunga caso eu não desviasse). E assim ficamos: direita, esquerda, punho, abaixa, espada... e depois de um bom tempo assim, comecei a dominar a maldita quimera; até que ouvi uma voz gritar:
-Deixe a pobre senhora em paz! Por que está fazendo isso?- disse uma mulher, indignada.
-larga esse galho e para de bater nela!- gritou outro.
-Esses jovens de hoje... pra onde foram a virtude e os bons modos?- murmurou algum mortal.
Estavam todos indignados. Mas, fala sério? A quimera virou uma senhora doce, gentil e indefesa; minha espada virou uma mero galho; e eu virei o vilão da história.
Mas, o lado bom, é que essa confusão toda distraiu a quimera. Então desferi um golpe nela, e quando me dei conta, ela era só um inofensivo montinho de pó.
De todo jeito, com ou sem monstro, eu tive que sair correndo dali, pois as pessoas a minha volta já haviam ligado para a polícia dizendo que violentei uma velinha e fiz ela sair correndo.
E assim ficou a história que a névoa deixou.
Mas, assim começou minha história. E por muito tempo minha rotina foi praticamente essa: derrotava uns monstros, me escondia de outros, dormia meio acordado, já estava cansando. Ainda sim, era melhor do que antes.
Eu usei a expressão "por muito tempo" , mas na verdade, eu não tinha mais noção de tempo. Não tinha mais escola, nem rotina de sono... nada de antes da minha fuga. Era tudo diferente.
Estava até ficando chato.
Até que um dia, enquanto fugia de um monstro, entrei em um beco para me esconder, e vi uma figura. Por sorte, logo notei que era uma menina. Ela parecia um tanto assustada e achei que era do tipo indefesa, apesar dos trajes meio estilo punk ou sei lá, mas logo mudei minha opinião.
-o que faz aqui moleque?- disse ela, sem paciência.
-Fugindo de um monstro.
-Então é semideus?- aliviada
-Sou. Filho de Hermes.
-Filha de Zeus. - falou de modo firme e me encarando- como se chama?
-Luke.
-Sou Thalia. - com um pequeno sorriso no rosto.
E foi com aquele pequeno sorriso que me apaixonei. Mas eu ainda não sabia disso.
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A história de Luke Castellan
FantasiaMe encontro no mundo inferior, na ilha dos abençoados, e quero contar-lhes a história da minha vida enquanto Luke Castellan, cada uma de minha aventuras, dificuldades, escolhas e pensamentos. ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~ É uma história t...