Bônus II (End of the day)

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"Eu sinto tudo isso no fundo de meus ossos."

  Jimin's point of view

  Hoje é finalmente o dia em que eu volto para Coréia do sul, mais especificamente: Seoul. Yoongi hyung e Jin hyung haviam se juntado para pagar a minha passagem. Eles fizeram isso porque depois de amanhã é o aniversário de Taehyung e ele queria me ver. Eu não tiro a razão dele, nós nos falamos apenas por skype ou por facetime há 4 anos. Eu sinto muitas saudades daquela turminha, daquele café, daquele país, daquela cidade.

  Eu estou a quase meia hora esperando que anunciem a minha viajem, eu estou muito nervoso e ansioso para poder ver os meninos novamente, não só eles, mas a minha família, como a minha mãe, meu pai, meu irmão mais novo e a minha vozinha. Eles devem estar com saudades de mim também, ja que eles ligam para mim todos os dias.

  Minha mãe sempre fora contra eu ter saído da Coreia. Ela dizia que fora uma péssima ideia e que não me faria seguir para frente. Mas tô me divertindo, ué. Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, tô só obedecendo todo mundo. Incluindo a minha mãe, ela é a pessoa que mais me falava isso.

- Segunda chamada do vôo para a Coreia do Sul, Seul, portão de embarque 13. - ouvi a moça chamar e logo me pus a andar em direção ao portão de embarque. Eu estava tão aéreo em meus pensamentos que, por um instante, esqueci-me do meu súbito pânico antes de entrar em um avião.

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  Depois de quase 14 horas dentro daquele maldito avião, sendo obrigado a ouvir as reclamações de uma senhora de idade ao meu lado, contando histórias horrivelmente tristes, finalmente eu estou aqui fora, sentado em uma cadeira azul e com um copo de café em mãos.

Eu queria ter me dado bem com aquela senhorinha do avião, mas, infelizmente eu não gosto e não consigo ouvir histórias tristes pelo simples fato de não poder mudá-las. Se fosse diferente, eu até conseguiria ter uma conversa animadora com aquela senhora americana.

  Por tudo que eu consegui tirar daquele mar de tristeza que se chama vida, foi que ela estava à caminho de Seoul por causa de seu  falecido esposo - o qual acabara de completar 13 anos de falecido - e de sua filha que havia se casado com um nativo coreano e teria seu terceiro filho daqui a 2 semanas, talvez.

  A senhorinha também havia me falado sobre a sua falecida mãe e sobre como a mesma lhe tratava, de forma rude e brusca. Eu, pessoalmente, não queria mesmo saber sobre a vida dela porque, como já disse antes, não gosto de ouvir histórias tristes, ainda mais quando essas histórias são brutalmente verdadeiras.

  E eu estava - há alguns anos atrás - me lamentando por causa de uma merda de amor, enquanto essa senhora realmente sofria em sua vida. Eu fiquei me sentindo um idiota quando pensei nisso. Mas já passou, está para trás. Assim como as pessoas que não acrescentaram em nada na minha vida.

  Em minha nova vidinha, eu estou trabalhando em um hospital, sou residentes do terceiro ano. Falta um ano para mim finalmente acabar com a minha faculdade e partir para o doutorado, minha cabeça está apenas focada nisso, eu só estou me preocupando com isso. Há dois anos atrás eu tinha conhecido uma garota legal, eu estava começando a gostar dela, passei a mandar mensagens a ela quase todos os dias, ela gostava, disso eu tinha certeza. Mas nunca passamos dessa fase, sempre ficávamos conversando e, às vezes, nos pegávamos quando ninguém estava nos olhando. Mas era apenas isso. Não tivemos nada a sério. E eu agradeço profundamente por isso, agora eu reconheço que não estou em posição de gostar de alguém novamente, preciso me focar em meus estudos, salvar uma vida é melhor do que estar apaixonado.

I give up!  | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora