Capítulo 16

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Já se passaram uma semana desde o acontecimento, o clã já havia voltado a suas atividades normais, Estrela Listrada estava mais forte e corajoso que antes, mesmo que a dor ainda possuísse seu coração, em nenhum momento pensará em vingança. A nova mentora de Pata de Diamante era Pelo de Lama, o que fez com que Pata de Diamante ficasse sem conhecimento algum de caça já que sua mentora caçava mais camundongos e coelhos, já a gata foi ensinada por Luz Radiante a caçar esquilos e pássaros.

  Pata de Neve levantou de seu ninho de musgo, esticou suas pernas, desembainhando suas garras e logo após lambeu seu pelo discretamente para abaixá-lo. –Olá, Pata de Neve.

  Pata de Neve deu um pulo com as costas arqueadas e quando se virou para ver quem era o gato que havia lhe assustado, viu Pata de Orvalho rindo de sua cara assustada.

  -Ah, oi... – diz Pata de Neve enquanto aproximava-se de Pata de Orvalho, mas tropeça em sua própria cauda e cai de cara no chão.

  -Você está bem? – Pata de Orvalho pergunta se aproximando do gato e puxa sua orelha para levantá-lo de novo.

  -É... Sim, só meio desastrado hoje. – fala Pata de Neve enquanto passava a pata em seu rosto, escondendo sua timidez. –Viu Pata Dourada? – com o focinho, a gata aponta para o gato de pelos claros que estava jogado no final da toca. Pata Dourada ainda não havia superado a morte de Luz Radiante, nenhum gato do clã – a não ser os seus companheiros de toca – via mais Pata Dourada, ele não se levanta há dias e se não fosse Pata de Neve que tivesse lhe deixado um ou dois camundongos ali do seu lado, ele morreria de fome.

  -Ele não vê o sol há uma semana, acho que ele fica desperto a noite toda. – Pata de Orvalho toca no assunto e senta-se do lado de Pata de Neve que ainda observava tristemente seu amigo. –Como Pelagem Negra o deixou passar uma semana sem treino?

  -Pelagem Negra entendeu a situação dele, mas mesmo assim ele ainda o obriga a treinar. Só que de noite. – Pata de Neve fala lambendo sua pata e depois passando em sua cabeça.

  -Podemos treinar de noite? – pergunta Pata de Orvalho.

  -Ele pode. – Pata de Neve responde e lembra-se que ele tinha que buscar alguma coisa para Pata Dourada. Quando já saia da toca, trombou com Pata Mansa e o mesmo tinha um peixe na boca.

  -Oh, desculpa. – o gato manchado fala se levantando e agarrando o peixe com suas presas novamente.

  -Peixes? Isso é novidade. – diz Pata de Neve estranhando o fato de o gato ter encontrado peixes por essa região. –Não te contaram? – Pata Mansa falou com a voz abafada por causa da presa em seus dentes. –Enquanto patrulhava com Pele de Onça, Pata de Esmeralda e Asa de Corvo, vimos que no rio próximo ao Campo Nebuloso começaram a descer alguns peixes, pegamos uns seis e deixamos na pilha de presas.

  Pata Mansa passou por Pata de Neve e aproximou-se de Pata Dourada depositando o peixe no chão e sentando-se do lado do gato à espera de vê-lo comer. Pata de Neve observava tudo surpreso, até alguns dias Pata Dourada odiava o gato.

  -Obrigado, Pata Mansa. – fala Pata Dourada quase que sussurrando pela fraqueza que sentia em seu corpo, Pata de Pantera se mexe no seu ninho, começando a acordar, levanta-se ainda com seus olhos fechados e se espreguiça enquanto inalava o ar do lugar.

  -Ew! Você devia parar de dar uma de coitadinho e tomar um banho! – Pata de Pantera fala deixando que todo seu estresse saísse em palavras.

  -E você devia cuidar mais da sua própria cauda. – manifesta-se Pata Mansa mostrando suas presas para o gato negro enquanto o mesmo deu uma gargalhada.

  -O gatinho-de-gente está bravinho? – ele fala rodeando o gato de manchas, passando sua cauda pelo seu corpo. –O que você vai fazer? Atacar-me? Cuidado para não sujar suas patas.

  Sem pensar, Pata Mansa avançou em cima de Pata de Pantera e arranhou seu rosto e o gato cambaleou até bater numa parede da toca, quando se virou lançou um olhar mortal para Pata Mansa, Pata de Neve e Pata de Orvalho se impressionaram quando viram uma cicatriz enorme no olho do mesmo. –Você é um gato morto! – Pata de Pantera desembainhou suas garras e preparou-se para saltar em cima do gato.

  -Parem! – fala Pata Dourada intrometendo-se no meio dos gatos e suspira fundo para não brigar com eles, arrastou suas patas no chão indo para fora da toca. –Eu preciso mesmo de um banho.

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Partes em itálico foram modificadas para melhor compreensão.

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