Blair enfiou o celular de volta no bolso do casaco. Percebera a mesma pessoa mais duas vezes, até se convencer de que estava mesmo sendo observada. Ela puxou Henry para trás de uma prateleira repleta de vasos de cerâmica e pratos decorativos e se abaixou a sua frente.
- Vamos jogar um jogo, querido!
Henry abraçou com mais força o rolo de luzes e a olhou com atenção. Ela sorriu e puxou o capuz dele pela cabeça, empurrando seus cabelos para dentro.
- Você vai adorar!
- Tá bom!
- Vem! - Ela o ergueu no colo. Henry havia crescido um pouco e apesar de continuar pequeno para uma criança de quase seis anos, a tarefa se tornava cada vez mais difícil.
Blair atravessou três corredores, passando por duas mulheres que conversavam animadas sobre o que serviriam na ceia. Ela ajeitou Henry e virou em uma entrada isolada.
Já andara muitas vezes por ali com Serena, quando conseguiam a muito custo escapar da escola sem serem vistas. Conhecia alguns pontos que serviam de esconderijo para duas adolescentes com uma garrafa de gim roubada do bar dos pais.
Blair abriu uma porta tingida de cinza. Haviam alguns baldes vazios e vassouras, alguns panos dobrados e um espanador. Ela colocou Henry no chão. O local era mal iluminado, mas havia uma pequena janela no topo da parede que clareava e zumbia quando era balançada pelo vento.
- É simples! Você precisa ficar aqui até eu voltar! Não pode sair ou você perde e eu venço.
Henry coçou a bochecha e franziu a testa. Queria continuar comprando luzes e pinhas, mas ela parecia tão empolgada, que ele aceitaria jogar antes de voltarem o corredor de canecas que mudavam de cor.
- Tá bom!
Blair beijou seu cabelo e saiu, encostando a porta atrás de si. Ela andou a passos firmes, não precisando procurar muito até encontrá-lo.
Clous estava com as mãos em uma das prateleiras, como se a sustentasse. Ele olhava para os próprios pés, o chapéu marrom quase escorregando de sua cabeça.
- Elas não estão mais aqui, Clous! - disse ela , mantendo uma distância segura. Haviam pessoas ali, e apesar de ser um lugar grande, ele não conseguiria machucá-la sem provocar um alarde.
Ele pareceu suspirar e retirou o chápeu, abraçando-o contra a barriga, como se desejasse condolências a alguém. Blair olhou rapidamente para a porta há poucos metros, se certificando de que Henry não saíra.
- Você não sabe como é viver à sombra de alguém, Blair... O fantasma do que seu marido foi para ela me perseguiu por todos esses anos. Nada do que eu fizesse era bom o suficiente... Nada! - Ele socou com força a base da prateleira, fazendo alguns jarros de cristal balançarem.
Blair se sobressaltou e deu um passo para trás. Seu celular vibrava em seu bolso, mas ela não o pegou. Clous não parecia estar em perfeito juízo e não queria que ele partisse pra cima dela se atendesse a ligação.
- Quando eu soube que vocês estavam na França, sabia que era questão de tempo até Eva procurá-lo. E quando ela sumiu, eu sabia que viera para Manhattan.
Ele se virou devagar e olhou para Blair, que não percebia, mas estava mordendo o lábio com muita força. Ela queria olhar para a porta onde Henry estava, mas Clous seguiria seu olhar, então ela apenas respirou fundo e soltou o lábio dolorido.
- Então você entrou em contato comigo... Eu sabia que o faria! Eva me falara sobre você e como você era inescrupulosa.
Blair quis revirar os olhos, não que não achasse o adjetivo um certo elogio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Gossip Girl: Season 7
Fiksi PenggemarEpílogo à 6ª temporada da série. Pode conter spoilers! Bem-vindos de volta ao Upper East Side.