O Preco dos Segredos

Milagre(E agora?)

-Pode abrir.
-Falta-me coragem...
-Entendo! Leve o tempo que quiser.
-Não vou adiar, vamos a isso! Só espero que Deus livre esta criança inocente.
-Amén! Então, qual é o resultado?
-Positivo! Ela é HIV positivo.
-Está preparada para lhe dar com isso?
-Deus há-de ajudar-me! A María também. Não permitirei que nada de errado aconteça a ela.
-Então vamos as instruções.
Depois das instruções, senhora Manhique foi para casa.
-Meu marido, Milagre é HIV positivo.
-Não me chateia com esse assunto, leve essa criança para casa do pai da Maria.
-Já conversamos sobre isso. Rosa, fique com a Milagre e cuide bem dela, vou fechar a loja.
-Está bem senhora.
A senhora Manhique saiu. Rosa preparou a criança e a colocou para dormir. Depois de Rosa deixar o quarto, Manhique aproximou-se do quarto "Minha esposa ama muito esta criança, mas se souber que é minha filha, é capaz de rejeitá-la, ela seria obrigada a viver com aquele maluco do Sitoe. Não! Vou deixar as coisas como estão"
-Senhor Manhique, posso ajudar?
-Não! Pensei que a criança estivesse chorando.
Já na loja, a senhora Manhique conversava com um dos funcionários, que era meio ligado a Maria.
-José, María contou-te algo que leve-nos ao pai da Milagre?
-Não, senhora! Ela não gostava do assunto. A única coisa que vivia dizendo, é que tinha sido um erro.
-Um erro? Porquê?
-Não sei! Mas parece que era uma pessoa mais velha,  que conhecera por ai.
-Está bem! Vai trabalhar.
"Pessoa mais velha! Se bem que nos últimos meses ela andava assustada, mais reservada..  Preciso descobrir onde Manhique a conheceu"
Enquanto a senhora Manhique continuava mergulhada nos seus pensamentos, uma voz cortou o silêncio...
-Vovoooooooo
Era seu neto, o Júnior, filho do seu único filho.
-Júnior, meu neto! Anda dar um beijo na vovó.
-Boa tarde! Mãe.
-Como estão filho?
-Estamos bem! Cadê o pai, e a tão famosa Milagre?
-Lá em casa. Vamos até lá. José, podes fechar a loja?
-Claro que posso! Até amanhã.
-Está bem.
Senhora Manhique e família, seguiram viagem.
-Vívy, por que não contas a senhora Manhique tudo que sabes?
-Não posso, José.
-Não podes porquê?
-Lembra que tenho um filho com o Manhique e preciso pensar nele. Achas que se pudesse já não me teria vingado desse vagabundo e nojento? Que se aproveitou de mim, por conta deste emprego?
-Vívy, precisas acabar com isso.
-Não me falta vontade! Mas meu filho, José, meu filho. Dói o que ele fez comigo, mas o que ele fez com a pobre da Maria, foi monstruoso.
-Melhor pararmos com esse assunto aqui, as paredes têm ouvidos. Mais logo me contas.
-Está bem! José. Até no Bar.
-OK!