O Preco dos Segredos

Milagre(Segredos e Morte)

Milagre(Segredos e Morte)

-Minha neta, não chores! Seu avô só quer que tenhas sucesso, na faculdade.
-Vó...
-Descanse, minha neta.
-Vó, eu te amo e...
-E mais nada! Também te amo.
Maria não sabia o que fazer, precisava contar tudo para sua avó "Contá-la? E se passar mal e morrer? O que será de mim? Meu Deus, ajude-me"
No dia seguinte, a senhora Manhique saiu mais cedo de casa, Milagre saiu do quarto, e encontrou o Manhique, na sala.
-Milagre, senta, precisamos conversar.
-Vó, tenho muito respeito pelo senhor, mas não me vou separar do Tony! Algo impede que fiquemos juntos? Não me acha digna de ser sua nora?
-Milagre, tu és minha filha..
-Eu sei, também és meu pai, meu vó! Mas somente o amor nos une, temos agora a chance de ser mais.
-Vocês não fizeram aquilo..
-Porquê isso o preocupa?
-Apenas responde!
-Ainda não!
-Que bom!, suspirou de alívio. Vocês tem laços de sangue, pense no que dirão.
-Quem?
-Pense na tua avó, se ficarem juntos, as famílias terão de se conhecer! E ela saberá de tudo, achas que aguenta? Ela pode morrer..
-Não! Minha vó, não.
-Pense nisso!
Manhique foi embora, deixando Milagre toda confusa.
"Minha vó não! Ela cuidou da minha mãe, cuidou de mim, mesmo não tendo laços de sangue. Se ela ficar sabendo de tudo isto... Não, não quero nem pensar. Eu amo o Tony, mas minha vó sacrificaria tudo por mim"
Chegada a hora, Milagre foi a faculdade, e na saida, foi ter com o Tony.
-Tony, como está?
-Olá linda! Deves imaginar.
-Sei...
-Meu pai veio lá em casa, hoje, e pediu que me afastasse de ti, para o bem da tua vó.
-Tony...
-O que faremos?
-Não sei, me ajuda.
-Vamos lá para minha casa. Conversaremos melhor.
Seguiram viagem, quando lá chegaram, a mãe do Tony estava sentada, na varanda.
-Meus filhos, como estão?
-Boa tarde mãe!
-Pareçe triste, Tony.
-Mãe, o pai esteve aqui, mais cedo, e exigiu que me separe da Milagre.
-Hoje?
-Sim, quando mãe saiu para o Banco.
-Porquê?
-Disse que era para proteger a avó da Milagre.
"Contar a eles, que Tony não é filho do Manhique? Meu Deus, poderia evitar tanto sofrimento, mas meu filho perdoaria-me? E o Manhique, poderia tirar-nos tudo. Não, melhor deixar como está "
-Milagre, o que acha?
-Amo muito ao Tony, e essa história poderia prejudicá-lo, também, poderia tirar minha vó de mim, aquela que fez tantos sacrifícios por mim. Tony, sinto muito.
-Milagre, não!
A mãe, saiu da varanda, para dar-lhes alguma privacidade.
-Tony, é melhor! Para todos nós...
-Melhor para quem? Eu te amo.
-Também te amo, mas não posso viver com a culpa de ter matado a minha vó.
Conversaram durante horas, depois Milagre foi-se embora.
-Dona Mira, onde está minha vó?
-Menina, tentei ligar para ti! Ladrões entraram na loja...
-O quê? Cadê minha vó?
-No hospital..
-Meu vó?
-Também... Ambos foram feridos.
-Me leva até lá, agora.
Já no hospital, Milagre e já estava lá o único filho do casal.
-Tio... Milagre pôs-se a chorar.
-Milagre, minha sobrinha..
-O que aconteceu?
-Bandidos entraram na loja, no meio da confusão, queriam atirar no vó Manhique, e tua avó entrou no meio, os Médicos estão a tentar de tudo. Meu pai foi apanhado por uma bala, no pé, está fora de perigo.
-Não! Minha vó não.
-Calma, Milagre! Seus irmãos precisam da tua força, se chorares! Também choram. Vamos orar, e muito.
-É a família da senhora baleada?
-Sim!
-O senhor pode vir até minha sala?
-Claro!
Milagre, viu no olhar do Médico, que sua vó, não tinha resistido. Depois da conversa, o filho da senhora Manhique regressou, visivelmente destruído. As crianças já tinham sido levadas para casa. Mal viu o tio, Milagre pôs -se a chorar, o tio veio até ela, também chorava.
-Filha, minha mãe! O que será de nós? O que será do meu pai? Ela sempre foi tudo para ele.
-Minha vó! Não... Porquê meu Deus.
Meses depois do funeral da senhora Manhique, Manhique reuniu a família, e decidiu contar a verdade sobre a Milagre.
-Filho, chamei-te aqui, para contar a ti e a Milagre, um segredo que guardei durante anos, e não contei para proteger sua mãe.
-Que segredo?
-Espero que não me julguem, principalmente você, Milagre.
-O que foi vó?
-Milagre, você é minha filha!
-Pai, o quê?
-Sim! Vocês são irmãos.
-Que brincadeiras são essas pai?
Manhique contou toda a história.
-Não vó! Não é verdade.
-Pai, como pudeste? Minha mãe fez tudo por ti! Como foste capaz?
-Então era por isso? Por isso não queria que ficasse com o Tony? Ele é nosso irmão?
-Tony! Que Tony?
-Meu ex-namorado! Que também é seu irmão.
-Minha mãe sabia disso?
-Não! Não tive coragem para contar...
-Milagre, minha mãe cuidou de ti como neta, eu cuidei de ti como sobrinha e th foste capaz de fazer isso com ela?
-Eu...
-Não quero ouvir mais nada! A loja, a casa e tudo, pertence a minha mãe, não quero essa bastarda aqui, que viveu enganando a minha mãe! Se ela continuar aqui, vou tirar-lhe tudo! Lembre que está tudo em meu nome. Sou o procurador legal.
-Não! Não precisa, Também não quero ficar aqui, com o homem que matou minha mãe. dê-me alguns dias para arranjar um emprego, e vou me embora.
-Filho...
-Não fale comigo! Nada me tira da cabeça que vocês contrataram aqueles tipos, para matar minha mãe.
-Como podes dizer isso, tio?
-Não sou teu tio! Não me dirija a palavra.
Passados alguns dias, Milagre conseguiu arranjar emprego na casa de um casal, para cuidar da casa e das crianças. Trabalhava e morava lá.