O início

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        A vida era monótona demais antes dela, tão monótona que acabei aceitando essa quietude.
Mas foi um dia, aparentemente, qualquer que ela apareceu, sentada à mesa do café em frente à minha casa. Parecia triste, distante, sentada ali em seu próprio mundo. Seus cabelos soprados ao vento escondia seu rosto que em determinado momento levantou-se em direção ao meu, seus olhos me encontraram, um cara perdido em tristeza.

       Ela sorriu para mim e logo sorri em contra ponto, mas logo seus olhos se voltaram para o livro em suas mãos. “Go” estava estampado na capa. Fiquei curioso no instante em que ela olhou as horas, se levantou e foi embora, afinal, para onde ia? Será que um dia vai voltar? Será que alguém a espera em casa? Um namorado ou um marido?

         As dores em meu peito ficaram mais fortes quando ela se foi, saiu de vista, mas não da minha cabeça.
No outro dia, na mesma hora, lá estava ela com seu cabelo preso, óculos no rosto e o livro na mão.

       Sentada no mesmo local do dia anterior. E foi assim durante todo o mês, toda semana um livro diferente, mas a mesma garota.

       Mas um dia ela não apareceu, fiquei esperando todos os dias na mesma hora. Os dias se passaram e nada daquela garota, parei de escrever, pois estava escrevendo uma carta por dia começando no dia que a vi pela primeira vez.

       Nas cartas estava meu afeto, estavam também coisas importantes sobre mim, mas estavam nas estrelinhas. O que de fato aconteceu, foi que escrevi uma história, a “nossa” história só que em uma realidade diferente.

       Um dia falei sobre essa garota para uma atendente do mesmo café e para minha surpresa ela conhecia essa garota e me deu seu endereço. A garota se chamava Eliza e havia se mudado para outro estado, logo, nosso “reencontro” ficou bem distante.

         Escrevi uma carta sobre mim e enviei para ela, agora espero uma resposta.





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