Mais uma vez (parte 2)

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Já era meio dia e ainda estávamos na cama, sem roupas, apenas cobertos por lençóis, ofegantes. Ela sorria para mim, mas eu ainda me sentia meio perdido.

— Essa Eliza... — ela desvia o olhar — ela é bonita?

— Não quero falar sobre ela.

— Tudo bem. Você está com fome?

— Sim. Acho que deve ter algo pronto ou você quer pedir algo?

— Não sei Caio, acho que devo ir agora.

Eu a olhei nos olhos, pareciam tristes, mas sabiam o que estavam fazendo.

— Não posso te pedir para ficar, mas — toquei sua mão — fica mais um pouco.

— Tudo bem — ela suspirou tentando vencer uma batalha interna — vamos almoçar juntos só mais uma vez.

Pedimos comida e a esperamos enquanto assistíamos um filme. Ela sorria e brincava com o cabelo, parecia estar leve, eu a admirava, mesmo parecendo uma escolha solitária, era exatamente aquilo que ela queria, ser livre e por isso eu a deixei voar.

— Se cuida Caio — ela falou já próximo a porta após o almoço — a gente se encontra por ai.

— Obrigado por tudo, Roberta.

— Se for pirar de novo — ela pousa as mãos nos meus ombros — me procura tá bem?

— Tudo bem.

Ela me dá um beijo de despedida e se vai, como um pássaro livre, buscando um lugar ao sol.

Durante a tarde eu assisti o máximo possível, buscando uma forma de não pensar em nada. Confesso que estava com medo de me sentir sozinho e por isso mandei mensagem para o Marcos, era sábado e eu queria fazer uma besteira, aceitar a ideia dele de que um coração partido cicatriza mais rápido com álcool, muito álcool.

Saímos para um clube onde um DJ amigo do Marcos iria tocar, muita gente, muita bebida. Assim que entrei virei três doses de uma bebida que o Marcos me ofereceu e, sinceramente, não me lembro de muita coisa após isso.

Alguns flashes de memória me faziam entender a noite, como um quebra cabeça faltando algumas peças, mas o que tenho certeza é que me divertir mesmo não sendo o tipo de coisa que eu gosto de fazer e, por incrível que pareça, naquele momento o Marcos estava certo.

— Aproveite ao máximo, Caio — Marcos gritava tentando conversar em meio a música alta — amanhã seus problemas voltam junto de uma boa ressaca, então aproveite o agora porque depois piora.

E isso foi tudo que consegui lembrar desta noite.

Prenda minhaOnde histórias criam vida. Descubra agora