O Delator

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Eu havia sido transferido para a capital, então minha esposa Sarah e eu resolvemos comprar um apartamento no centro da cidade, não era tão grande como nossa antiga casa, mas era confortável.

Sarah era formada em literatura, e estava procurando vagas em escolas por perto de casa para dar aula, já que eu só teria de me apresentar pro trabalho amanhã Sarah e eu decidimos sair para almoçar.

Quando nós estávamos saindo para o almoço, algumas viaturas da policia fecharam a frente do meu prédio. Um homem de altura mediana, cabelos escuros, aparentemente quarenta anos e usava um suéter preto desceu do carro e disse:

- Detetive Dean, sou o oficial Antoni. Imagino que gostaria de ter um melhor recepção, mas infelizmente imprevistos acontecem e precisamos de você, é uma emergência!

Nesse momento olhei para Sarah. Ela colocou a mão no rosto, mexeu no cabelo e deu de ombros. Então ela virou as costas e subindo as escadas me disse:

-Espero que você esteja em casa para o jantar!

Então eu entrei na viatura e seguimos para o departamento de policia.
Durante o percurso Antoni me explicou o que havia acontecido:
- Acredito que você já saiba que estamos com a investigação de mafiosos em andamento. Estamos com um dos líderes da facção sob custódia. Ele decidiu que era fazer um acordo, mas só o fará se for com o melhor negociador da cidade. Você teve bons resultados na Bolívia, acredito que...

-  Acredita que eu posso conseguir um bom acordo sem que eles tenham oportunidades de estarem na rua. - Antoni não discordou, apenas suspirou quando eu disse com todas as palavras o que ele gostaria de ter dito desde o início da operação -  E foi por isso que você me solicitou, porque quer o melhor?

- Seus resultados vem trazendo boas notícias sobre a forma como você trabalha.

- A minha pergunta é: Você realmente está decidido a me colocar na sua equipe e aceitar a minha forma de trabalho?

- Dean, nessa profissão eu descobri que as vezes o radical pode ser bom.

Quando cheguei na central da policia entramos em um elevador que nos levou a outro prédio, um prédio subterrâneo.
Saindo do elevador segui por um enorme corredor, o único corredor, havia uma porta ao final dele. Depois de digitar quase quatro senhas a porta foi liberada e abriu. Saímos de frente a uma cela grande, que mais parecia uma jaula.
De longe vi  um homem, eu eu tinha a leve impressão de que o conhecia, então Antoni virou-se e me disse:

-Dean, esse é o nosso prisioneiro, Pedro Nascimento. Ele disse que vai nos entregar a mafia , mas só vai dizer os nomes dos mafiosos a você, ele quer um trato.

Então entrei na jaula - se é que posso chamar a cela assim - e me sentei em uma cadeira de frente a Pedro:

- Eu não acredito que você vai mesmo nos ajudar!

- É claro que vou detetive, mas quero algo em troca!

- O que você quer? - perguntei com sarcasmo

- Eu, eu não quero nada mais do que imunidade, em todo os casos que eu lhe entregar!

- Está com medo de que o chefe dos mafiosos mande te matar?

-Dean, você acredita que sabe de tudo?

-E porque?

- Sei mais sobre você do que você mesmo!

-Você não vai conseguir um corso comigo tentando manipular minha mente!

- Dean, você está de frente pra mim dentro de uma cela. Você não acha que eu já fiz manipulações o suficiente?

- Estou intrigado, quero saber mais. Eu te dou imunidade em cada caso conforme pegarmos os mafiosos.

- Não, quero uma certeza que vou estar imune em todos!

- É pegar ou largar. Eu tenho mafiosos presos e depois você tem a imunidade.

Pedro não quis mais argumentar, então entendi que aquilo era um trato fechado.

-Dean!- gritou Antoni do lado de fora da cela, quando olhei pra ele, ele fazia um sinal como se me chamasse até ele!

Sai da jaula e fui até Antoni:

-Você tem certeza de que vai dar imunização a ele? Estamos correndo muitos riscos.

- Senhor eu te respeito, mas não acho que tenha entendido o meu propósito. É tudo ou nada!

Antoni tentou dizer alguma coisa, as palavras estavam ali. Ele apenas respirou fundo e concordou com a cabeça.

Voltei para a jaula e disse a Pedro:

- Bom, agora está imune! Já pode começar a me passar os nomes!

- Vai com calma Dean, nós estamos apenas começando!

Minha Esposa Uma Mafiosa!Onde histórias criam vida. Descubra agora