Capítulo 29 - Deixe Vir

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Eu estou tentando não fazer nenhuma besteira comigo mesmo, ou até mesmo com a minha própria vida. Prometi a mim mesmo que o tiraria da minha cabeça, o apagaria da minha memoria e começaria a minha vida de novo sem ele. Sem o Park Jimin.

Está sendo difícil viver sem o sorriso dele e dói viver sabendo que ele está feliz agora, com aquela outra. Mas eu devia estar feliz somente por ele estar feliz e bem, eu devia. Pois a última coisa que eu sinto agora é feliz ou sequer bem por ele estar feliz. Não consigo me sentir feliz por ele estar construindo uma família e até mesmo por ter encontrado um amor. Um amor que vai satisfazê-lo em todas as áreas de sua vida e também em todos os momentos, quando ele estiver precisando. Ela irá recebê-lo do trabalho cansado com o bebê nos braços e irá beijá-lo, dizendo com um sorriso no rosto que o jantar está na mesa.

Eu me odeio e me arrependo por ter dito aquelas palavras ele, a cada vez que penso nele e em seu maldito sorriso. Sinto vontade de largar tudo e ir até ele, beijá-lo até que ele se lembre de cada mínimo detalhe nosso. Mas eu não posso. Eu não posso porque estou bêbado agora. Jogado sobre o chão da minha sala, enquanto choro baixo e soluço.

Eu devia deixar de pensar tanto nele até quando estou bêbado. Eu deveria deixar de amá-lo, mas a única coisa nesse mundo que eu não aguentaria fazer é arrancar esse sentimento que tanto me machuca de mim. Eu devia aceitar que ele está feliz e que vai começar uma família logo.

Eu prometi a mim mesmo que tentaria amar um outro alguém de novo e que tentaria seguir a minha vida também. Mas é impossível.

Eu me sinto desesperado a pensar que eu perdi Park Jimin mais uma vez, e tudo culpa do destino! Mais uma vez eu sofro sozinho e estou aqui bêbado e com a fumaça do meu cigarro incendiando a minha casa.

Pode parecer idiota ou até mesmo sem sentido, mas eu me esqueci o que é ser feliz. Me esqueci qual a sensação de amar e ser amado, me esqueci o que é sorrir e rir até sentir a barriga doer. Pois o que mais tenho sentido é tristeza, tenho dormido chorando bêbado e acordado com a cabeça doendo e bebendo a cada começo de manhã e fim de noite.

Tem momentos em que eu desejo ser como meus amigos, eles são felizes com quem ama.

Queria ser como o Yoongi que não liga pra opinião alheia e não tem uma namorada apenas por pressão da sociedade, ele não passa metade do seu dia procurando por alguém, ele apenas vive a vida e faz o que gosta sem ligar para a maldita sociedade.
Ele é feliz sozinho e isso é invejável.

Mas às vezes eu queria ter o amor que Namjoon e Seokjin tem pelo outro. Eles se amam e isso é evidente, eles demonstram isso não importa onde estejam. Eles não sem importam com as pessoas e seus preconceitos, eles são felizes um com o outro e isso é o suficiente para eles serem felizes. Eles se amam e mesmo tendo problemas em suas vidas e em seus relacionamentos, eles sempre acabam bem no final do dia.

Eu também queria ser enrolado como Taehyung e Hoseok são. Eles estão sempre terminando, brigando e aparecendo com um outro alguém. Mas eles sempre acabam juntos e pedindo perdão pelas merdas que fizeram. E eles sempre estão juntos.

Mas eu nunca serei nenhum deles ou terei a mesma sorte que eles de achar alguém que me ame de volta assim. Eu tenho me conformar e viver minha própria vida merda e tentar fazer algo para que eu não acabe no fundo do poço, jogado com a bebida.
Não quero acabar com meus pulmões queimados e incendiados pelo cigarro ou acabado pela bebida.

Mas para que eu não acabe assim, eu preciso esquecer e tirar Park Jimin da minha vida.

              (...)

— Tudo bem, eu já entendi.— Ouço ao passar em frente ao quarto em que a Jennie está se passando um tempo.— Não precisa ficar me ligando cada minuto, estou fazendo certo.
  
— Jennie, está tudo bem ai?— Bato na porta e ele grita um estou indo amor e resolvo esquecer e ir para o meu quarto dormir, já que está tarde.

É estranho pensar que vou ser pai e que estou começando a construir uma família. A minha família. Jennie já está com três meses de gravidez e tenho acompanhado ela no médico a cada mês, vendo que ela também está feliz por estar esperando um bebê. Tenho ido com ela fazer o checkup do bebê a cada mês e as vezes na semana também.

Tenho ido ao psicólogo a cada semana e até agora não tive nenhuma melhora, continuo sem me lembrar de algumas coisas. Mas parece que a Jennie não quer tanto que eu me lembre, já que ela acaba chorando e dizendo que ela não é o suficiente e que as lembranças que ela está me dando não são melhores que as do meu passado idiota. Mas eu não vou parar de ir ao psicólogo simplesmente por que ela quer que eu deixe de ir.

— Jiminie?— Ela bate na porta sorrindo e logo em seguida entra.— Eu estou com vontade de comer algo.

— O seu primeiro desejo?— Me levanto da cama animado.— E o que o pequeno Park quer comer?

Mochi.— Sinto um aperto em meu peito.— Acho que ele será um amente de doces, assim como você.

Mochi?

                   (...)

— Não vai me dizer seu nome? Que falta de educação.

— Eu tenho mesmo que ir. Meus amigos, eles estão-

— Já que você não vai me dizer, irei te chamar de mochi. Você é adorável, mochi.

                       (...)

— Está me seguindo, mochi?

— Aish. Você quem está me seguindo, já que você está atrás de mim.

— Porque está assustado? Talvez eu esteja mesmo lhe seguindo.

— Claro, você surge do nada enquanto eu pensava. Para de me seguir.

— Estou apenas andando por aí, não estou te seguindo.

— Você parece não gostar muito de mim, porque?

— Primeiro que eu não te conheço, segundo que eu fui alertado sobre você. E eu não sou de fazer amizades, e muito menos falar com um desconhecido que fica me seguindo na rua.

— Você é bem sincero, hein. E eu não sou desconhecido, você sabe meu nome. Você quem é desconhecido, eu nem mesmo sei seu nome.

                   (...)

— Você é o idiota mais lindo na história dos idiotas. Não ache que vou desistir assim de você.

— Eu não quero que ninguém se machuque por mim. Não quero viver me sentindo culpado.

— Não faz isso, eu sei me cuidar.

— Eu também sei me cuidar. Deixa eu cuidar de mim mesmo.

— Mas eu quero ficar do seu lado agora, e pra sempre. Não se esqueça.

— Não íamos ser amigos? Amigos não se beijam ou ficam próximos assim.

— Talvez eu não queira só sua amizade.

                      (...)

Você tem medo de se entregar. Tem medo de se entregar a mim e é por isso que foge tanto.

— Por que eu teria medo de me entregar? Eu não tenho medo, só não quero nada.. C-com você.

— Você acha que pode ter seu coração quebrado mais uma vez. Mas eu não faria isso. Nunca.

Don't ForgetOnde histórias criam vida. Descubra agora