Capítulo 2

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Acordo com o despertador berrando, são cinco e quarenta da manhã, hoje é segunda, então é dia de trabalhar. Meu corpo dói muito e por isso me levanto da cama choramingando. Sábado eu não consegui ir para a festa na balada, mas ontem, Ashley e eu demos um jeitinho e fomos para uma balada em outra cidade. Curtimos até de madrugada, resultando em cochilar três horas apenas e agora, trabalho.

Me arrumo correndo, coloco uma roupa simples e vou para o Departamento de polícia. Desde sábado não falo com o Filipe, acho que ele ficou com raiva quando descobriu para onde tentei ir ou só está adiantando a conversa que quero ter.

Chego e vou direto para o refeitório, pego meu café e meu sorriso se alarga, sou viciada. Sigo para minha mesa e quando viro o corredor, vejo que o Filipe está recostado nela, olhando uns papéis ao lado. Giro sobre meu calcanhar e quando estou de costas já, sua voz me faz parar. Precisava me preparar psicologicamente para essa conversa, agora não vai dar.

— Alice!! — Grita, me viro, coloco meu melhor sorriso e vou em sua direção.

— Oi, não tinha te visto. – Falo passando por ele e sentando em minha cadeira.

— Seu pai me contou sobre sábado. – Direto ao ponto. — Por que não me contou?

— Olha, sim eu ia para balada e não eu não ia te falar, mas aqui não é hora e nem lugar para conversar sobre isso. Podemos conversar pela noite em minha casa? — Pergunto fazendo minha expressão mais fofa, ele se derrete sempre.

— Tá bom. — Diz secamente e sai, o que me deixa com um olhar questionador. Talvez ele já saiba o meu intuito, dar um fim ao nosso relacionamento.

Fiquei jogando bolinhas de papel na lixeira, até a hora que o chefe do meu departamento avisou que tinha uma reunião no Prédio principal e que meu pai, no caso o Chefe de todos, queria fazer uma reunião para tratar de uns assuntos. Aleluia, não aguentava mais ficar à toa. Às vezes é bem movimentado, mas tem dias que aqui parece até aqueles faroestes desertos.

Olho a hora assim que chego no prédio, são onze da manhã e por isso, corro para a sala de reunião. Ela é enorme, como um teatro, tem o palco e na frente várias cadeiras vermelhas, onde faço questão de sentar na primeira fila. Meu pai me vê e dá uma piscada básica, retribuo com um sorriso. Não demora e todos começam a se acomodar em suas cadeiras. Filipe chega, senta ao meu lado e do meu outro lado senta Josh, ele é o meu melhor amigo e parceiro, nos conhecemos a um bom tempo. Ele é filho de policial também, seu pai foi morto em campo, porém ele quis dar continuidade ao legado da família. Mesmo nos conhecendo desde os doze anos, nos aproximamos mais mesmo no treinamento para entrar pra polícia.

Eles começam a tratar de vários assuntos importantes, mas que são mais coisas burocráticas que devem ser feitas na frente de todos. Só volto a prestar de fato atenção e até me ajeito, quando começam a delegar os casos em aberto. Sem querer me gabar, mas já me gabando, eu sou a melhor detetive que eles têm. Sempre enxergo o que os outros não, mas meu pai sempre dá um jeito de me deixar nos casos menos perigosos, é uma proteção sem tamanho.

Dessa vez ele não vai me impedir de pegar um caso grande. Cansei de ficar sentada, olhando a tela do computador enquanto outros se arriscam. Preciso adquirir experiência nessa área e não somente dentro dos prédios.

— Caso Oliver Collins, ele foi acusado de matar uma mulher e, desde então, está foragido da justiça. – O homem que está lendo os casos fala. Meu pai odeia esse Collins. Penso no mesmo instante. — Ele trabalhava para nós há cinco anos, mas depois de um surto psicótico, matou a mulher e fugiu. – O cara continua falando e me perco em pensamentos.

Degustação - Sequestro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora