3 semanas depois
Três semanas se passaram e nós trabalhamos duro para nos preparar, ficamos de olho em cada movimento do Oliver. Ele sai demais para alguém que está foragido da justiça, ousado, eu diria. O que eu achava realmente está acontecendo, alguém daqui de dentro está ajudando ele a passar despercebido, só não descobri quem é ainda.
Hoje nós iremos atrás dele, os garotos me obrigaram a ficar dentro do furgão enquanto eles fazem o trabalho duro, odeio ser deixada de lado, mas nesse caso eu vou obedecer. Eu prometi ao meu pai e nunca quebro uma promessa, a menos que seja de extrema necessidade.
Saímos do prédio, entramos no furgão e vamos em direção a casa. Paramos na esquina e ficamos monitorando, ele saiu ontem à noite e acabou de entrar na casa agora de manhã. Às vezes ele dorme aqui, outras ele vem pela manhã e vai à noite. Deve ser um esconderijo onde guarda as coisas que julga importantes. Esperamos um pouco antes de começar a ação.
Confesso que estou animada, mas estou tentando disfarçar essa empolgação. Os meninos saem do furgão e vão em direção a casa. Não estou com um pressentimento bom sobre isso. Se acontecer algo com algum deles, eu vou me culpar tanto, pois eu descobri onde ele está.
– Senhor, proteja eles. Não deixe que nada de ruim aconteça e que os meninos fiquem bem. – Faço uma oração deixando as mãos rente ao queixo. – Amém. – Depois de um tempo em silêncio vejo eles entrarem na casa pela câmera no capacete. – Vocês estão bem? – Pergunto pelo comunicador.
– Estamos, está silencioso demais aqui. Fique atenta, vamos entrar na jajxgsusjsu. – Filipe estava falando quando o comunicador começou a falhar e por fim fica mudo. Ai meu coração, que aflição horrível.
Ai não, a câmera do Josh também tá com interferência, ele deve estar usando algum bloqueador de frequência. Fazendo o mesmo que faz com a câmera ali da frente. Quando o comunicador volta a funcionar por breves segundos, escuto o som de socos sendo deferidos e depois alguém gritando de dor.
– Josh!! – Levanto desesperada.
Pego minha arma em um lapso de coragem, saindo do furgão e correndo em direção a casa. Preciso ajudá-los de alguma forma. Como esse cara sozinho bate em tantos homens?Vou pelas portas do fundo, ela está aberta, provavelmente por aqui que os quatro passaram. Entro e vou seguindo no corredor até chegar em uma sala, todo mundo jogado no chão, o tal Oliver está de costas para mim e olhando para eles.
Encosto a arma em suas costas, pois ele é bem alto. Mesmo coberta pelas luvas, consigo notar o tremor de minhas mãos. Eu não estou preparada para isso, definitivamente não. De onde tirei que estava? Será que era birra apenas? Droga!
– Você está preso. – Digo tentando parecer firme e ele levanta os braços até a altura da cabeça enquanto se vira lentamente, com a merda de um sorriso perfeito. Que desperdício de beleza sendo usado para o mal.
– Ora, ora, ora. Além de mandar quatro inúteis, eles mandam uma criança? Que decadência, eles já foram melhores. – Idiota, debochado e preconceituoso. Eu não pareço criança, mesmo com algumas atitudes.
O homem se aproveita de meu silêncio, para começar a andar em minha direção. Me concentro em ficar viva e não em sua beleza, que está claramente me distraindo. Qual é a merda do meu problema? Ele dá um passo para frente e eu para trás.
– Para, ou vou atirar. – Minha ameaça não faz cócegas em sua autoconfiança, visto que volta a rir com vontade.
– A menininha está tão assustada. Será que sabe atirar? Buuh! – Quando ele fala 'Buuh' atiro instantaneamente em seu braço esquerdo. Ele fica completamente assustado, pois não estava esperando.
– Não chega perto. – Dou um ultimato quando ele leva a mão direita ao sangue escorrendo de seu braço. Foi de raspão, mas foi um tiro certeiro. Nunca precisei atirar em ninguém nas missões, me falta a coragem de atirar para machucar.
Meu trabalho na polícia é mais na parte de tecnologia e lógica, poucas vezes sai em campo, porque meu pai boicota minhas saídas para coisas perigosas.
– Como ousa atirar em mim? – É notório o ódio do homem nas palavras, talvez essa seja a primeira vez em anos que ele é ferido.
Penso que ele desistiu quando dá um passo para trás, mas ele se joga para frente em seguida conseguindo jogar minha arma no chão.
– E agora, o que a menininha vai fazer? – Pergunta impulsionando para frente, para cima de mim.
– Vai bater em você, babaca. – Acerto um soco em sua barriga, isso faz ele gemer de dor enquanto recua. O desgraçado apesar de tudo, não tira o maldito sorriso do rosto.
– Odeio bater em mulheres, mas você já me irritou demais. – Vem para cima de mim novamente.
O homem consegue acertar um soco no meu olho, o que me fez desequilibrar e ele acertar um chute na minha costela. Bato contra a parede do corredor e solto um gemido de dor. Respiro fundo e me arrependo em seguida, pois a dor me lega imediatamente. Preciso acabar com isso logo.
Não desisto e parto para cima dele novamente. Consigo acertar um soco em sua boca e quando vou dar outro, ele desvia e me empurra fazendo com que eu bata na parede novamente. Isso já está me irritando tanto, que acabo bufando. Me jogo em direção a ele com um grito de raiva, me seguro no sofá antes de cair e ele faz isso sozinho, batendo com tudo na pequena mesa que se espatifa no chão.
Escuto seus resmungos de dor enquanto procuro algo para acerta–lo e assim conseguir que desmaie. Acabo indo ao chão quando ele segura minha perna, vindo para cima de mim. Acerto minha testa em seu nariz, escutando seu urro de dor e consigo fugir de seu toque. Tomo uma boa distância dele e fico de pé, ele faz o mesmo do outro lado da sala. Seu rosto está sangrando, acho que o meu também, mas ele parece pior.
– Você sabe lutar, bate igual homem, mas estou cansado desse joguinho.
Ele não se cansa? Seu braço está machucado, rosto sangrando e ainda assim, está fazendo parecer que eu estou em desvantagem.Corro em direção a porta, talvez do lado de fora eu tenha alguma vantagem, infelizmente não consigo chegar nem na metade do percurso. Ele segura meu braço, me jogando pro lado e me equilibro para não cair.
Desvio de seus ataques e percebo que o cansaço junto a dor está tornando seus golpes mais lentos. Penso que irei me safar dessa, mas ele simplesmente faz uma manobra que eu não esperava, parecendo até um ninja desses filmes de ação. Só volto a mim quando sinto o chute na minha costela novamente, mesmo local, parece ter estraçalhado e quero chorar.
Eu bati mais? Sim, ele deu o golpe final? Sim. Estou sem forças para continuar a luta? Sim. Levo minhas mãos a costela, flexionando o corpo para frente. Que dor horrível. Ele aproveita minha falta de reação e me segura, pressionando meu corpo contra a parede. Nossos olhos se cruzam por uns segundos, mas sinto que foram horas e desvio para quebrar essa conexão esquisita.
– Eu gostei de você, nós vamos nos divertir muito juntos. – Vejo minha arma em sua mão e não sei em que momento ele pegou. Engulo seco sem saber o que vai fazer. – Ou, pelo menos eu vou. – Sussurra abrindo um sorriso de cheshire e é a última coisa que vejo antes de seu golpe me atingir.
Mozão chegou eeeeh <3 aush
Beijos da Mel com sabor de mel 🍯
VOCÊ ESTÁ LENDO
Degustação - Sequestro do Amor
RomanceSiga meu Instagram para saber mais sobre meus livros: @melpimentelautora * Tudo começou quando, Alice Blake, pensou que tudo em sua vida estava começando a dar certo. Finalmente, pegaria um caso ótimo e seu pai não estava mais pegando no seu pé por...