LYANA

145 7 2
                                    

Chovia na densa floresta de BRAMÉDIA,e eu dormia havia muitos dias dentro de uma jaula com grades cheias de musgos e enferrujadas.
Nos alimentavam apenas com uma fração do que algum ser humano normal precisaria para sobreviver, com certeza faziam algo assim simplesmente para não termos força para sequer fugir dali.
A enferrujada prisão,ja não era assim tão desconfortável! No começo eram 20 pessoas em um espaço onde só cabiam 10,mas aos poucos 1 a 1 foi tomando seus destinos pelas mãos dos seus escravizadores,agora só restavam nos 5.
Já não conversamos muito, e nos faltava força para rezar pelos deuses.
Água era a única coisa em abundância naquela floresta úmida,chovia muitas horas por dia e sede nos nunca sentíamos .
Nossas necessidades tínhamos que fazer ali mesmo,na frente um dos outros,e os dejetos e a urina caiam no chão por entre as grades.
Nossos captores não se importavam com nossas condições, eram desleixados com nossos cuidados e muitas vezes passávamos horas sem qualquer vigilância,isso me levou a crer que com certeza estávamos enterrados tão fundo nessa floresta que ninguém seria louco para vir nos resgatar.
Passará mais 1 dia e estava quente e úmido, acordará com batidas de canecas de cerveja na grade,era nosso café da manha! A última refeição que fizera fazia algum tempo e já estava fraca . Any que estava a alguns dias conosco ,tossia ferozmente e recusará o tão generoso café da manhã,o que despertará o ódio do nosso benfeitor.
Any devia ter aproximadamente 17 anos,e pelas roupas que trajava era filha de algum homem humilde demais,e estou certa que no auge da sua juventude não fora cortejada ou receberá qualquer proposta de casamento.
Tentei convence-la a comer ao menos o suficiente para não morrer ali daquela maneira. E ela docemente acenou que não com a cabeça!
Passamos o restante do dia todos calados,e com a morte nos olhos. Descobri que expostos muito tempo a essas condições, muitas vezes simplesmente deixamos de sentir qualquer coisa,medo,raiva,esperança,fé tudo isso desaparece.
Fui dormir com pensamentos impuros para alguém da classe social que eu vinha. Filha de um grande comerciante de tecidos e peles, sempre cercados por criados e belos vestidos. Havia estudado em casa e aprenderá a ler para poder desfrutar das escritas dos grandes poetas. Ja havia recebido duas propostas de casamentos ainda com 15 anos,e rejeitará a todos. Adormeci sonhando com algum belo nobre,ou príncipe,romântico e lindo.
Fui despertada com gritos e mais gritos,havia uma imensa escuridão de onde se ouvia o choque de espadas e dos escudos despedaçados.
Pelos deuses não havia forças em mim nem mesmo para acordar meus companheiros de cela, para avisa-los que a morte que tanto desejávamos estava batendo a nossa porta.
Foi quando vi a luz de uma tocha que ficava maior a cada segundo,nao sentia medo,nao sentia esperança,simplesmente só gostaria que tudo aquilo acabasse de alguma maneira.
Nunca havíamos recebido qualquer visita noturna,e isso me deixou duvidosa.
Já não ia demorar tanto assim, algumas silhuetas já se formavam ao redor da tocha,e pude ver que estavam armados.
Finalmente nos encontraram,cinco homens cercaram nossa jaula,todos calados e vestidos como ursos,com peles e o mais bonito deles carregava um sorriso,orgulhoso e cheio de desdém.
E não me espantou que o primeiro a falar foi exatamente ele,o que deixará bem claro que adorava ser o herói.

Desconhecido.. Ei você de vestido qual seu nome?

Quase sem forças eu disse! LYANA

Desconhecido...Meu nome é BRAZ e somos os mocinhos,e digo que eu estou salvando você , e por isso tenho direitos sobre você e então pertencerá a mim pelos próximos cinco dias, que é o tempo que levará para chegarmos em casa.

LYANA... Pertencer a você? Casa?E interromperá meu questionamento arrebentando o cadeado que nos mantinham presos.

BRAMÉDIA Onde histórias criam vida. Descubra agora