PASSADO DE VOLTA P/2

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                O CAMINHO DOS ANÕES

- Tarrif estava esgotado, mas tínhamos condições de sair dali e seguir o caminho de casa.

- Tínhamos perdido alguns cidadãos, alguns por conta de doenças que Tarrif não conseguiu identificar, alguns por conta da extrema debilidade devido a falta e alimento e um bebê que acabou vomitando tudo o que consumia do seio da mãe.

- Éramos agora 40 pessoas em um ambiente hostil, estávamos cada vez mais apreensivos e fazia quatro ou cinco horas que aguardavàmos o momento de sair daquele lugar.

- O capitão Greven finalmente autorizou a retirada, Tarrif era realmente um poderoso clérigo, havia somente oito pessoas que necessitariam de alguma ajuda para continuar, e que tomando regularmente as poções do clérigo logo estariam caminhando por conta própria.

- Começamos a lenta e contínua jornada de volta, Greven seguia a frente da comitiva e Javhal seguia como último homem, os batedores haviam retornado e estávamos todos reunidos.

- A selva bramédiana ainda escondia muitos perigos, criaturas metamorfas, bugbears, trols das cavernas, ogros, orcs, goblins, e os temidos fractius, seres do submundo que vêm assombrando as selvas bramédianas, todo cuidado seria pouco naquele momento e ainda havia uma dezena de criaturas somente descritas no livros da acadêmia.

- Acompanhávamos a trilha por toda a metade do dia, em pouco tempo viria o anoitecer, estávamos todos cansados e precisávamos descansar e dormir.

- Fomos surpreendidos por estalos fortes e assustadores vindos de cima de nossas cabeças, outra hora vindos do leste, do oeste, de repente eram estalos de árvores se partindo e galhos se quebrando por toda parte! Estávamos assustados, a selva era muito densa naquele ponto, os galhos balançavam e as copas das árvores também estavam agitados; esperamos quietos e prontos para o que viria, enquanto uma infinidade de folhas caiam sobre nós, e o som ficava cada vez mais longe até desaparecer. Questionado sobre o que acabará de acontecer é o que era aquele som? Nosso capitão nos contou que a selva de BRAMÉDIA também tinha vida própria, e os espíritos da natureza ainda habitavam aquela região, e quê poderíamos continuar nosso caminho em paz, por enquanto.

- Seguimos por mais uma hora até anoitecer, encontramos uma clareira coberta, algo absolutamente fantástico de se encontrar naquela região, era um círculo perfeito que tinha aproximadamente cinqüenta metros de largura por cinqüenta metros de comprimento; capitão Greven nos disse que já havia passado a noite naquele lugar a muitos anos atrás, quando tinha acabado de entrar para a irmandade e era sua primeira missão. Tudo levava a crer que naquele lugar havia uma imensa árvore, que simplesmente foi retirada dalí, e que majestosamente toda aquela área foi coberta pelos galhos e ramos das outras árvores que habitam ao redor. - Iríamos passar aquela noite na clareira e curiosamente a selva sempre repleta de insetos, mas não havia insetos dentro daquele lugar; era mágico e assustador aquele ambiente.

- Montamos o perímetro e começamos a montar acampamento, Greven explicava que na chegada dos reis a selva bramédiana se estendia até a capital AELYN, e que ali naquele local habitava um antigo espírito da selva! Uma ser tão antigo quanto a própria selva, dizem que era uma árvore gigante que falava e andava; tinha braços, pernas e tronco, e olhos que eram jóias maravilhosas que carregavam todo o conhecimento da selva de Bramédia. Era conhecido como a Ent, e hoje algumas dezenas dos seus ainda vivem por essas terras onde antes haviam milhares. Greven disse também, que a única maneira que a grande protetora encontrou para conter a expansão dos domínios do rei e dos seus homens, foi sacrificar-se, isso era enterrar seu coração onde só houvesse morte e ódio, e então deixar a selva absorver toda a sua energia vital e poder, e com isso criar criaturas que lutariam para manter seu território, surgiram assim os primeiros Kavus e Fractius e toda uma infinidade de seres.

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