Turing, NOEGYTH NIBIN

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- Sou Turing Noegyth Nibin, filho de Tarok Noegyth Nibin; somos herdeiros da casa mais antigas dos anões, registros do nosso povo datam de 3000 anos atrás. Na primeira era construímos o alicerce do mundo, antes de nós não havia nada, erguemos as montanhas quando tudo ainda era coberto de trevas e seres demoníacos, escavamos o caminho dos grandes rios e os conduzimos até os oceanos,
- Servimos por 1000 anos aos primeiros governantes, os gigantes!
- Moradin nos ensinou a batalhar e combater com ferocidade.
- Já éramos milhares quando fomos libertos, nossas cidades se perdiam por dentro da terra; Moradin nos deu voz e discernimento, sabedoria e coragem.
- Moradin nos ensinou o KHUZDUL, a língua primitiva dos anões,  nos ensinou como criar animais para nós alimentar.
- E tudo era escuridão, e o mundo era grato aos primeiros anões.
- E no final da 2° era veio a luz, e com a luz veio a selva, vieram os frutos, vieram os homens, e os extintos elfos; e o mundo ficou quente, e a vida tinha diversas cores e formas. É nós aprendemos com o novo mundo de luz, e fomos perseguidos pelos sagrados seres que nasceram da luz; mas não haveria mais servidão, antes da luz havia paz e prosperidade para os primeiros anões, e os Noegyth Nibin construtores do passado, se escondiam pelos cantos do novo mundo, e fomos reduzidos a centenas e depois a dezenas; Moradin não estava aqui para bradar o martelo da liberdade, porque? Então nós espalhamos pelo mundo, até que nossos perseguidores foram amaldiçoados e seus pecados grandiosos foram julgados! Então Moradin no conselho dos deuses, pediu que expulsassem os seres da luz do mundo dos anões, e assim foi feito! Mas o medo tomava conta de todos, Moradin nos mostrou o caminho para a luz, mas viver na escuridão do mundo subterrâneo era seguro, familiar, não iríamos sair! Viveríamos como a 2000 anos atrás, e assim foi decidido é assim será até que tenhamos que construir tudo outra vez.
- Essa é a história contada por meu pai, e repetida por meu irmão onde quer que possam ir; nunca me importei com isso, e não procuro recuperar absolutamente nada de 3000 anos atrás, minha preocupação é o meu velho pai, e o estúpido do meu irmão; fiz a promessa ao meu pai de tentar mante-lo vivo, e traze-lo de volta o quanto antes e pretendo cumprir esse voto. Mas também não pretendo deixar nosso nome morrer, e compartilho com meus entes queridos o desejo de simplesmente continuar e dar continuidade ao sangue de meu pai; nao tenho repulsa para com os filhos de Tumblin como meu irmão, também não tenho respeito, simplesmente não dou a mínima para esses títulos, ou esses benefícios que poderíamos ter.
- Já viajei muito em nome do meu velho pai, e em uma dessas viagens rumei para o norte, então conheci os anões draconianos e conheci algo chamado mechanica, era puramente simples  e complexo; a bigorna e o martelo podiam fazer coisas maravilhosas, mas com mechanica eu poderia criar artefatos de metal e madeira que poderiam auxiliar nosso mundo, não haveria mágica, não haveria dádivas divinas ou encantamentos, apenas o ser humano movido pela ambição e/ou movido pelas suas necessidades. Minhas habilidades são pouco conhecidas entre os irmãos anões, meu próprio pai diz que não tem honra em lutar a distância, matar um inimigo sem nem mesmo ser visto, ele diz que Moradin não vê honra nisso, mas então porque ele me daria a capacidade de criar algo assim? Nunca fui bom com armas e escudos, e tinha que procurar desenvolver algum tipo de artefato com o conhecimento adquirido. Em um período de 15 anos entre fracassos e acertos, forjei 4 pistolas de mão que estão sempre carregadas na minha cintura, e uma grande arma ainda sem nome para maiores distâncias, mas sempre carrego meu martelo de guerra presente do meu pai.
- Todos zombavam de mim, enquanto os jovens sonhavam em se juntarem aos grandes salões, eu me trancava e estudava na oficina do meu velho pai, e viajava ao norte sempre que possível para aperfeiçoar minhas habilidades; foi no norte que conheci o mestre armeiro Djãban, que estudava a mais de 100 anos mechanica, e desenvolvera uma enorme diversidade de itens para auxiliar a comunidade dos anões. Então fiquei fascinado com as possibilidades que essa tal de mechanica poderia trazer; certa vez na oficina do velho Djãban encontrei um frasco contendo um pó negro, perguntei o que seria aquilo? e ele me disse que era um experimento a muito tempo esquecido, que continha estrume de alguns animais, carvão e uma substância amarela que cheirava a podre encontrada nas montanhas sanguinárias, mas que foi um experimento mal sucedido e sem sucesso. Perguntado se eu poderia levar para o sul essa substância? o velho deu de ombros e disse que se eu conseguisse tirar bom proveito daquilo, seria de bom grado da-lo a mim. O caminho de volta para casa foi longo e improdutivo, não tinha cheiro o pó negro, misturava com água, temperei um taco de carne seca com o pó negro mas o sabor ficou horrendo, então resolvi colocar no fornilho do meu cachimbo, e acender junto com o fumo, foi então a grata surpresa, consegui acender o cachimbo com maior facilidade, mas o fumo foi logo consumido pelo fogo, então coloquei somente o pó negro no fornilho e quando tentei acender o cachimbo, um forte barulho e fumaça na minha frente, o fornilho havia desaparecido e meus dedos queimavam, providenciei outro cachimbo e tentei outra vez, tive o mesmo resultado, o pó negro havia destruído o fornilho quando entrou em contato com o fogo; e levaram longos meses para que eu pudesse produzir o mesmo produto sozinho, e levou ainda mais tempo para com aquela força destrutiva, aprender a levar energia para dentro de um tambor, para em seguida após uma explosão lançar uma esfera de metal através de um cano. Trabalhei no aperfeiçoamento desse artefato durante longos anos, nos túneis abandonados de Tumblin desenvolvi um cabo para segurar o artefato, e um dispositivo para acionar a explosão chamado de gatilho.
- Nos testes que pude fazer ao longo do tempo, pude detectar o quão mortífero pode ser minha criação, e desenvolvi um artefato maior, com esferas maiores e com carga de pó negro maior; foram longos meses aguardando o momento para testar minhas criações, e foi nos túneis abandonados de Tumblin, que de aproximadamente 150 metros de distância consegui atingir um Orc que perambulava inocente, a esfera atingiu o meio do peito do Orc, e fez um buraco do tamanho de uma laranja. Quando cheguei até ele ainda estava vivo, sangue saindo pela boca, nariz e ouvidos, estava assustado e não entendia nada, acabei com o seu sofrimento e atirei no meio dos seus olhos com umas das minhas pistolas; saí de lá rindo, exuberante, estava feliz por ter dedicado tanto tempo e esforço, e terminar por ser recompensado.
- Quanto poder poderia ter um exército com esse artefato? Aumentamos consideravelmente o probabilidade de erguemos nossa casa novamente! É todo este poder estava encarregado a mim, sob minha custódia.
- Mostrei minha criação ao meu pai e meu irmão, que desaprovaram de imediato! Meu irmão alegou que se eu errasse o meu alvo estaria morto, e não teria tempo suficiente para carregar o artefato novamente.
- Meu pai alegou que era desleal matar um inimigo e não dar chances de defesa para ele, isso era assassinato e Moradin não aprovava lutar dessa maneira, e que se esse poder caísse em maos erradas poderia mudar a história de qualquer guerra.
- Ambos tinham razão, precisava realmente trabalhar para melhorar a quantidade de disparos e deveria guardar trancado esse artefato, e nunca revelar como produzir o pó negro.
- Mas eu não estava disposto, assim como meu irmão a deixar o nome do nosso pai morrer,  ele era um bom anão, exímio ferreiro, e tínhamos muito orgulho do sangue que corria em nossas veias; Não que procurasse os respeito dos filhos de Tumblin, eu não me importava com eles, mas precisava encontrar uma maneira de dar continuidade à nossa casa, meu velho pai lutou muito para deixarmos que acabe assim; devemos isso a ele por ter nos dado a chance de um recomeço, chance que não tivemos a 1000 anos atrás.
- Não haveriam reis na nova era, haveria um governo justo onde as diferenças seriam respeitadas; haveria um conselho que representaria o interesse de todos, e se necessário fosse, construiriamos tudo outra vez.

 

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2017 ⏰

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