Levantou-se o velho irado
Falando desse jeito:
_você ainda acha pouco
Os males que tem me feito?
Assim todos nós iremos,
Sofrer por seu respeito.Aí deu umas lapadas
No seu caçula Zezinho,
Nisso foi chegando a velha
Que já vinha no caminho:
_meu velho porque fez isso?
Para que bateu no bichinho?_porque foi muito atrevido
Minha velha Umbelina,
Ele buliu com pessoas
Tão alta que nos domina
Desejando ver as pernas,
Das moças de pedra fina!Se elas souberem disso
Nos mandaria chamar,
Nos mentiam na prisão
E mandava nos matar
Eu só dei essas lapadas,
Para o exemplo ficar.Aí a velha zangou-se
Começou logo a chorar:
_vamos pra casa meu filho
Para você não apanhar,
Indo a princesa sabendo,
Não lhe manda degolar.José sempre se lembrava
Do que o pai tinha lhe feito,
Dizendo que a família
Sofria por seu respeito
Saiu vagando no mundo,
O que por Deus foi aceito.Esse inocente menino
Saiu, só levou um pão,
Não tinha um vintém no bolso
Só quis do pai o perdão,
E de sua cara mãezinha,
A sua santa bênção.A mãe partida de pena
Abençoou o menino,
Vendo o filho tão pequeno
Sair como peregrino
Rogo a Deus como bom pai
Que zele por teu destino.O cazuzinha era novo
Porém era destemido,
Já fazia mais de um mês
Que ele tinha saído
Chegou na beira de um rio
Medonho e desconhecido.Ficou com bastante medo
Ao atravessar o rio,
Só ouvia urros de feras
No pé de um monte sombrio
Porém tinha pouca água,
Por ser o tempo de estio.
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Literatura de Cordel 2
Poesíaesse cordel é uma história sobre um casal pobre que tinha três filhos e um deles através da sua jornada conquista sua amada e um futuro melhor para sua família obs: esta é uma obra de Leandra Gomes de Barros.