capítulo 7

284 12 0
                                    

   Rei meu senhor se apronte
   Não perca a ocasião
   Vá ao Palácio dele
   E preste bem atenção
   Pois a moça que vi lá
   Faz render um coração.

   O rei mandou vir um carro
   E perguntou: _como é?
   Você me diz estas coisas
   Prometeu não tenho fé
   De tarde foi passear
   Onde morava José.

   Passando o carro por baixo
   Avistou logo a princesa
   Debruçada na janela
   Em traje de camponesa
   Deu ataque e caiu,
   Quando viu a boniteza.

   Aí pegaram o rei
   Pensando que ele morria
   Deram-lhe medicamento
   Porém ele não bebia
   Levaram ele pra corte
   Foi tornar no outro dia

   No outro dia o barbeiro
   Foi ao rei aconselhar
   Dizendo: _não desanime
   Eu tenho um jeito a dar,
   Tenha mais perseverança
   Que sempre vem a gozar.

   Disse o barbeiro ao rei:
   _O moço é um Coronel,
   Talvez com essa invenção
   Nós caia sopa no Mel
   Mande ele no reinado
   Das laranjas de babel.

   Diga que a sua esposa
   Desejou muito comer
   Uma laranja de lá
   Para o filho não perder
   Está grávida há três meses
   Vive em tempo de morrer.

   O rei tomou o Conselho
   Mando-o logo chamar
   Por esse mesmo barbeiro
   Que o recado foi dar
   Diga a José que apareça
   Que o rei quer lhe falar

   _uma laranja mimosa
   Quero que vá me buscar
   No Reino das Laranjeiras
   Pra em dez dias chegar
   Se não fizer como eu digo
   Eu o mando degolar.

   O pobre banhado em pranto
   Chorando em casa chegou
   A princesa comovida
   Depressa lhe perguntou:
   _o que foi isso José?
   Foi o rei que mandou...
  

Literatura de Cordel 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora