O rei me disse que fosse
Uma laranja buscar
No Reino das Laranjeiras
Como é que posso acertar
Se não chegar em dez dias
Ele me manda matar.Não tenhas medo José
Descansa pra jantar
Enquanto eu existir
Algum remédio hei de dar
Vou arranjar um cavalo,
Que tu possas viajar.Pegou ela a ensinar
Como devia fazer
Dizendo: _pelas três horas
Você irá receber
De um moleque um bom cavalo
Que te vem oferecerEle compreendeu tudo
Foi para o ponto esperar
Com pouco viu o moleque
Em um cavalo a saltar
Muito gordo e bem selado
Capaz de um homem montar.Dizendo: _quem quer comprar
Por cinco contos de réis
Um cavalo muito gordo
Calçado de mãos e pés?
Disse José: _compro eu
Tu pedes cinco eu sou dez.Ele pagou ao moleque
Aquela grande quantia
Porém todo privilégio
O cavalo possuía
E mesmo estava arreado
Da forma que ele queriaA princesa chamou ele
Tomou a recomendar:
_daqui lá só são mil léguas
Com uma hora hás de chegar
Porém esse seu cavalo
Não é preciso açoitar.Basta que de hora em hora
Você dê-lhe uma lapada
Corra siga a toda pressa
Não te importes com nada
Porém quando chegar lá
Encosta a porta fechada.Fique bem escondido
Pra ninguém te pressentir
Quando bater meio-dia
O portão há de se abrir
Entre sem fazer zoada
Para ninguém te ouvir.Dentro tem lobo, elefante
Urso e camelo urrando
Cobra, serpente assanhada
Leão e Leoa rosnando
Pantera e porco do Mato
Sobre as laranjas avançando.
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Literatura de Cordel 2
Poesíaesse cordel é uma história sobre um casal pobre que tinha três filhos e um deles através da sua jornada conquista sua amada e um futuro melhor para sua família obs: esta é uma obra de Leandra Gomes de Barros.