capítulo 3

451 16 1
                                    

   Ele atravessou o rio
   E quando em terra pisou,
   Sentiu que estava com sede
   Água no chapéu tirou
   No chapéu veio uma pedra,
   Que muito ele admirou.

   Era um brilhante encantado
   Mas ele não conhecia,
   Julgando não ter valor
   Pouca importância daria
   Depois guardou-a no bolso,
   E pensou no que faria.

   Saiu por ali á fora
   Quando foi no outro dia
   Entrou num grande reinado
   Que ele não conhecia
   Sem ter um vintém no bolso,
   Tomou uma hospedaria.

   O rapaz aperreado
   Já vendo a hora sofrer,
   Tirou a pedra do bolso
   Começou a oferecer
   Dizendo: _quem quer comprar?
   Eu tenho é pra vender.

   José muito aperreado
   Sem jeito com que passar,
   Deu a pedra a um lojista
   Perguntando: _quanto dá?
   Respondeu: _é um brilhante,
   Eu não posso comprar.

   _em todo este reinado
   Lhe respondeu um caixeiro,
   O senhor vá procurando
   Até pelo estrangeiro
   Para comprar essa pedra,
   Bem poucos terão dinheiro.

   Disse também o lojista:
   _esta joia é um primor,
   Só quem pode comprar ela
   É o nosso imperador
   Só ele terá dinheiro,
   Com que pague o seu valor.

   O rapaz saiu pra rua
   Com a tal pedra na mão,
   Assim que o rei viu a pedra
   Ficou com grande ambição
   Mandou chamar o rapaz,
   Comprou-a por um milhão.

   Deu-lhe mais um palacete
   E o posto de Capitão
   Pelo seu merecimento
   Todos lhe davam atenção
   Era um estrangeiro nobre,
   Filho de outra nação.

   Na corte tinha um barbeiro
   Que no Reino vivia,
   Também era conselheiro
   Em tudo se intrometia
   Disse logo a todo mundo,
   Que a pedra o rei possuía.
   
 

Literatura de Cordel 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora