Tanto faz.
Aquela era uma vida de descidas irregulares e quedas triunfantes.
Eu a vivia, mas não por opção.
É. Rine sempre dizia que meu humor é demasiadamente flexível. Talvez eu devesse estar feliz, como estava a... qualquer que tenha sido o tempo entre minha felicidade e o colapso de tristeza.
Uma alma peregrina deveria não ter sentimentos.
Mas, alguém ainda chora por mim, do outro lado, alguém ainda sussurra meu nome entre suas rezas e os soluços abafados pelo travesseiro.
E, se alguém ainda está triste por minha partida, eu deveria estar estar triste também.
Em um sonho, talvez, ou foi apenas um "clique", um choque da realidade a qual não mais pertenço, Catherine escrevera uma carta para mim. Ela dizia:
Para você, que perdeu-se de verdade, que se escondeu entre esse o outro mundo, que não me disse adeus antes de partir...
George Eliot disse uma vez: Os nossos mortos nunca estão mortos para nós, até que tenhamos nos esquecido deles.
Então, você nunca haverá de partir, pois nunca ei de esquecer-te.
Talvez, amanhã, quando sol atravessar a vidraça e a cortina de seu quarto, e o dia não for mais tão cinzento e macabro, Rine não se lembre mais de mim.
Isso não me machuca, só me faz perceber que, um dia, todos temos que ir para esse outro mundo...
Todos precisam esquecer.
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Uma Doce Morte Na Rua Sete
Short Story"Caindo. Eu sempre estava caindo". ©2016 SSMissing Todos os direitos reservados. Esta é uma obra de ficção. Todos os acontecimentos descritos são produto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.