Capítulo 13 - Proposta

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— Eu preciso de um tempo pra pensar, Dornelles, não posso te responder isto assim, agora. — me afasto numa auto defesa velada e seu semblante desapontado me deixa tensa. Sei que ele esperava mais, no entanto acho precipitado tomar qualquer decisão neste momento. Mal completamos dois meses de namoro.

— Sei que acha precipitado, mas às vezes é preciso aproveitar o momento, Luma. Eu te amo e quero construir algo bacana com você e com o Rubinho. — meu coração não para de pular e minha respiração fica escassa com sua declaração.

— Você me ama? — solto insegura, ele se aproxima tocando meu rosto com carinho. Nunca mais pensei que pudesse ser realmente amada novamente por alguém. A decepção com Donatello fora tão grande que de alguma forma não me sentia mais digna disto.

— Amo demais. E sempre vou amar, Luma. — tomo sua boca na minha com ferocidade e o jogo em minha cama sem nenhum pudor. Dornelles me olha num misto de espanto e admiração enquanto sorrio de lado seguindo até minha porta. Passo a chave e o observo ofegar quando me movimento até a cama sem dizer mais nenhuma palavra. Ele apenas me venera enquanto deixo minha camisola cair ao chão sem tirar meus olhos dos dele.

— Faz amor comigo, Dornelles! — sussurro com doçura, seu tronco se ergue ficando na altura dos meus seios desnudos. Suas mãos percorrem minha pele com delicadeza e o toque quente da sua boca em meus mamilos me faz arrepiar num gemido contido. Puxo seus cabelos com força e suas mãos cravam em minhas nádegas enquanto sua boca continua a se fartar dos meus seios.

Sem que eu espere, suas mãos me giram até a cama e Dornelles descansa seu peso sobre o meu corpo devagar, depositando beijos quentes no contorno do meu pescoço, colo e orelhas.

— Luma, eu estou desprevenido. — solta entre dentes ao ofegar e sorrio por um segundo ao fitá-lo marotamente.

— Segunda gaveta ao lado da cama. — digo beijando seu queixo enquanto ele se estica pra pegar o preservativo. Dornelles o coloca rapidamente e um choque percorre minha pele quando nos fundimos num único compasso. Somos únicos juntos e a sensação de se sentir completa faz meu coração se aquecer. Dornelles é sempre o bem que me acalma. Só quero que isso nunca mude.

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— Não está tentando fugir da minha proposta, não é? — Dornelles questiona entrelaçando nossas mãos enquanto descanso minha cabeça em seu peito.

— Não! — ergo meu rosto para fitá-lo por um segundo. — Na verdade é a confirmação do seu pedido. — sorrio e seu semblante se ilumina como um lindo raio de sol.

— Está falando sério? Vão vir morar comigo? — meu namorado parece uma criança que ganhou uma bicicleta no final do ano e procuro acalmar sua nítida euforia.

— Sim e não, ok? — ele me olha confuso e me ajeito na cama numa expressão compassiva. — Quero morar com você, mas não agora — Dornelles revira os olhos e passa uma das mãos em seus cabelos já meio grisalhos. — Antes preciso fazer meu estágio, me formar, colocar o Rubinho na escolinha. São muitas coisas, amor. Não posso resolver tudo de uma hora pra outra. Dá esse tempinho e prometo me mudar assim que terminar o estágio, ok? — sorrio, beijando seu peito, até chegar à sua boca, deixando-o extasiado.

— Você promete? — Dornelles pergunta sério e sou o mais sincera que consigo.

— Eu prometo. — fico hipnotizada pelos seus olhos e sua mão contorna minha nuca me puxando próximo do seu rosto.

— Você me ama, Luma? — sua pergunta me pega de cheio e tento mascarar minha tensão ao beijá-lo de leve.

— Você sabe que sou apaixonada por você. — minhas palavras não são o suficiente para mantê-lo animado e Dornelles fecha a cara com desapontamento. Suspiro de cabeça baixa e me recosto ao seu lado na cabeceira da cama. — Desculpe.

— Não quero suas desculpas, Luma. — diz magoado ao sair da cama, ele coloca suas roupas enquanto apenas o observo. Parece que tenho dedo podre para estragar as coisas.

— Dornelles, por favor! — peço numa voz meiga e ele suaviza seu semblante antes de pôr sua camisa.

— Vejo você depois! — ganho um beijo rápido e o observo sair porta afora enquanto um pequeno vazio preenche meu coração. Até parece que Donatello jogou um vodu em cima de mim para não amar mais ninguém como o amei um dia. Mas isso vai acabar. Por bem ou por mal. Não é depois de morto que ele vai continuar a me atormentar. Mas não vai mesmo.

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Meus pais não fizeram nenhum comentário sobre Dornelles ter dormido em meu quarto, mas já estava ficando nervosa com os olhares tortos que eles me lançaram durante toda a manhã. Aproveito o dia bonito que está fazendo do lado de fora para sair um pouco com meu menino e arrumo sua mochilinha com seus brinquedos e lanchinho. Aviso meus pais que só volto no final da tarde e sigo com Rubinho até o parquinho no centro de Primavera.

Observo meu garotinho brincar com as outras crianças e por um segundo sinto pena de Donatello por ter perdido a oportunidade de conviver com o filho e ter ido embora tão cedo. Somos realmente um grão de areia neste mundo e a qualquer momento podemos nos perder por entre os dedos de alguém rapidamente. Totalmente sem volta.

Me distraio com os meus pensamentos e só quando ouço uma voz grossa ao meu redor é que volto pra minha realidade.

— Oi Luma! — neste momento, a voz tem 1,80 de pura morenice, um olhar extremamente doce e um sorriso incrivelmente lindo, embora esteja triste.

— Oi! O que faz aqui, Danilo? — engulo a seco, visivelmente incomodada com sua presença e o rapaz permanece a me fitar como se estivesse vendo uma miragem.

Danilo parece um anjo saído de algum catálogo de solidariedade, mas a única coisa que me preocupa é esta cisma que meu coração tem de me trair quando não deve. Simplesmente porque não quero confiar nele. Não posso e não devo. No entanto, algo dentro de mim diz o contrário desde que o vi. Difícil será descobrir quem está certo nesta história toda.


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