Vinte e quatro

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Por Fernanda

•••

Eu não acredito que aquilo está realmente acontecendo, três tapas em um único dia e ainda por cima fui suspensa. Estava com tanta raiva, mas não da Juliana, estava com raiva de mim por aceitar esses tipos de situações.

Entro na sala, pego minhas  coisas e me sento do outro lado, queria ficar sozinha. As meninas entraram e logo em seguida o Luan entra. Juliana fala comigo, mas não dou muita atenção. Ela vai para o seu lugar.
Luan, se aproxima e senta ao meu lado.

- E ai? - ele pergunta - Como você esta?

- Estou suspensa! - disse seria.

- Nós estamos. Mas, não era essa a resposta que eu queria!

- Estou com raiva Luan. - o encaro - É isso que quer saber?

- Não é pra menos, se eu estivesse no seu lugar estaria soltando fogo pelas ventas. - aquiesci.

- Eu só quero ir embora.

Ele anuiu.

- A Juliana pediu que você a desculpasse. Ela jura que não fez por mal. Vocês duas estavam bem alteradas e ela foi impulsiva.

- Sei disso. - e o pior que eu sei mesmo, mas aquilo não era desculpas para agressões - Mas, cara não da pra ficar com ela. Não agora. Eu tenho que resolver as coisas com a Ellen primeiro e de uma vez por todas. Só essa semana já levei quatro tapas no rosto. - forcei um sorriso fraco.

- Você é muito paciente, eu acho que devolveria o carinho na mesma hora. - Ele foi sincero - A Ellen passou de todos os limites, ela tem que entender que agora você esta com a Juliana.

- Não estou! - afirmei.

Juliana não parava de nos olhar. Ela estava conversando com a sua amiga e uma vez ou outra limpava o rosto. Ela estava chorando, queria poder ir até onde ela e dizer  "Esta tudo bem, não estou com raiva de você ." mas, achei melhor deixar ela "achar" que eu estava zangada com ela.

- Não? - Luan pergunta.

- Não, eu vou resolver essa história com maluca da Ellen, e preciso me manter longe da Juliana por enquanto. Não quero quê o que aconteceu hoje, volte a se repetir.

- Você está certa. - Luan concorda - Espero que consiga.

- Eu também.

O horário da última aula em fim acabou. Arrumei minhas coisas e quando estava saindo da sala, Juliana segura meu braço.

- Fernanda? - se pronunciou.

- Oi?

- Por favor, me desculpe! - Ela deixa uma lagrima cair, passo a mão para limpar seu rosto, seus olhos estavam um pouco inchados e vermelhos.

- Pare de chorar. - peço.

- Então, me desculpe.

- Está tudo bem, eu tenho que ir agora.

- Mas e nós? - Ela pergunta, me solto dela e me afasto para ir embora - Fernanda? - Ela grita, mas não olho para trás.

•••

Estava de cabeça baixa arrumando minhas coisas na moto, quando vejo a Ellen passar por mim muito rápido, indo na direção da entrada da escola.

- Agora nós podemos resolver, não estamos mais dentro da escola. - Ela disse e quando percebi para que ela dizia aqui, corri até ela e a puxei pelos braços.

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