Três

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Por Fernanda

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Por um tempo foi ótimo ter a casa apenas para mim. Eu fiz exatamente tudo que queria; acordei a hora que bem me acometia, comia o que eu queria e tinha a televisão apenas para mim. E eu pude assistir os meus programas de culinárias, sem ter a vozinha da minha irmã mais nova dizendo que não adiantava de nada assistir se eu não conseguia nem fritar um ovo. Mas depois o vazio foi se instalando, e eu comecei a sentir muita saudade da voz da Cássia e do meu coroa.
Já não aguentava mais ficar sozinha. Estava um saco, mesmo a minha garota tendo ficado comigo um dia inteiro e a metade de ouro.
Para passar o tempo comecei a organizar a casa. Só não fiz janta por que realmente a minha irmã tem razão. Eu não nasci com o dom de cozinhar.

Eles chegaram por voltas das dezenove horas da noite. Eles chegaram bastante felizes e pra quem não queria ir - me refiro a minha manina - estava se mostrando bastante arrependida de estar de volta.

- Que cara é essa, Nanda? - papai perguntou ao sentar ao meu lado no sofá.

- Curiosidade. Saudade. Me conta como foi a viagem.

Minha irmã resmungou e meus olhos acompanharam ela ir até os quarto.

- Foi ótimo. Sua irmã se divertiu muito com seus primos. Andou à cavalo. - sorri imaginando ela montada em um - Pediram pra que eu te arrastasse na próxima vez.

- Ambiente rural não é bem a minha praia, pai!

- Você vai amar. Lá tem um açude enorme...

- Eu conheço esse olhar. - trisquei na ponta do nariz dele - Nem pense em se mudar pra lá. Meu negócio é cidade grande.

- Claro que é! - ele soltou um suspiro - Filha, antes de viajar, eu disse que tinha uma surpresa pra você, não foi? - aquiesci.

- Diga o quê é?

- Bom, é que eu consegui umas viagens novas. O dinheiro vai aumentar e eu decidi investir um pouco mais na educação de vocês.

- Que ótimo pai.

- É filha, então eu te matriculei na Rodolfo Lucena, lá tem um eletivo de ciências muito bom e matérias extras. Séria bom...

- O quê? - eu gritei, juro. E só percebi que minha boca estava aberta quando a última palavra saiu. - Não.

- Sim! Eu paguei adiantado algumas parcelas, assim como fiz na escola de Cássia. Ela amou.

- É claro que ela amou. - ainda estava com a voz afetada.

- Você vai estudar em uma escola boa...

- Onde eu estudo é ótimo. - reclamei - Eu tenho amigos lá...

Mentira, não tinha amigos nenhum, não sou boa com pessoas, nem sei como consegui conquistar a Ellen. Mas à escola é muito boa.

- Sem mas. Já matriculei você. Não me force cortar as liberdades que eu te dou.

- Você está sendo ridículo. - saiu sem pensar por causa da raiva.

- Eu estou prezando o seu futuro. Lá é melhor. - disse se levantando - Se não aceitar, o seu namoro termina agora. Eu nunca gostei desse relacionamento mesmo.

- Você só pode estar de brincadeira. Sério que você vai fazer isso comigo? - me levantei, cerrando os punhos - Você enlouqueceu?

- Me respeite, menina.

Bufei. Passei por ele soltando fogos pelas ventas. Peguei minha moto e partir para a casa de Ellen que ficava a cerca de meia hora da minha. Não me importei se estava de capacete ou se estava a mais de 60km/h andando de moto sem capacete. Eu estava com tanta raiva pelo meu pai as vezes ser tão egoista e achar que tudo que ele quer significa o mesmo que eu.
Estacionei a moto e quando direi o capacete e levantei a cabeça, ela já estava na porta me esperando. Ela gostava de que eu chegasse na casa dela sem avisar antes, diferente de min. Caminhei até ela e à abracei forte, impressando-a contra a parede. Seus braços passaram pelos meus ombros. Afundei meu rosto em seu pescoço.
- O que foi, Mor? - perguntou toda preocupada.

Levantei o rosto e olhei para a carinha de pabor dela. Meus olhos ardiam.

- Meu pai me ferrou. - decidi falar, mas o semblante dela não mudou.

- O que foi, Fernanda. - limpou uma lágrima que desceu - Amor, tô preocupada. Cuida fala...

- Você não vai acreditar no que ele fez.

- O quê? - se afastou - Me fala amorZ

- Ele me matriculou na escolas dos playboysinhos. - falei - Vou estudar na Roldofo Lucena. Imagino até como ela é, cheia de patricinhas metidas a besta e um bando de cuzões.

- Não mesmo. - disse balançando a cabeça de um lado para o outro - Você não vai!

- Não tem outro jeito. Se eu não aceitar ele vai me proibir de namorar com você. Que saco - apertei a cintura dela - As aulas começam amanhã, não tem outro jeito.

- Seu pai nunca vai me aceitar.

- Ele aceita sim!

Beijei o pescoço dela e peguei-a no colo. Ellen entrelaçou suas pernas na minha cintura, como ela era pequena dava pra carregar. Minha namorada era muito linda e ela sempre queria o meu melhor. Por mais que o ciúmes dela me enchesse a paciência as vezes, eu tinha muito carinho e admiração por ela. Nós tínhamos passado por certas situações juntas, umas bem pesadas. Acreditem. Seus pais antigamente não aceitavam a orientação sexual dela e muito menos o nosso namoro, pois por eu ser pobre, achavam que eu era má influência para a filha deles. Agradeço por eles terem mudado de ideia, mesmo não gostando muito de mim, aceitaram nosso namoro, mas com muita luta.

- Seu pai fez uma maldade com nós duas. - choramingou.

- Eu estou indo por você. Pra ele não proibir nosso namoro. - ela afastou um pouco o corpo e me encarou.

- Ele esta fazendo isso para o seu bem. A escola é ótima.

- É. Pode se dizer que sim.

Ela tirou as pernas da minha cintura e como não tinha ninguém em sua casa, me puxou para dentro. Mais especificamente para o seu quarto.

Me olhava de um jeito que me deixava louca, ela estava ben assanhadinha e logo pulou em cima de mim. Nós noa provocamos um pouco, mas não transamos. Não estava com cabeça para aquilo, apenas me virei para o lado e fechei oa olhos.

- Amor? - senti seus lábios tocarem os meus - Acorda, você precisa ir pra casa. Tem coisas pra arrumar. - passei meu braço por cima dela e a agarrei com força.

- Ta me expulsando? - abri um dos meus olhos, sorrindo.

- Não, mas você precisa organizar seus matérias de escola.

- Você tem razão. - me levantei, puxamdo ela junto comigo.

Abracei a sua cintura e lhe beijei na parte atrás Sá orelha. Ela se empolgou.

- Não quero mais que você vá! - fez biquinho. Sorri.

- Tenho que ir... - disse, me afastando. Enfiei as mãos no bolso para ter certeza que as chaves estavam lá. - Me leva até a porta?

Ela balançou a cabeça afirmando que sim. Nós nos despedirmos com outros beijos e fui embora.

Cheguei em casa já com a cabeca mais tranquila, fui direto para o meu quarto, arrumei minhas coisas, me joguei na cama e fiquei pensando na minha nova fase em uma escola nova. Me levantei, fui em direção ao banheiro e tomei um banho bem demorado, sai coloquei um pijama e me joguei na cama.

Eu Escolhi Te Amar | Girls Love ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora