Capítulo 2

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Eu não acredito que tenho que sair de casa em pleno sábado para ir a um almoço que provavelmente o assunto será dividido em 70% falar sobre a fase merda que estou, uns 20% sobre fofocas e 10% de assuntos aleatórios sobre todas. Pois é, eu poderia estar dormindo, sonhando, e sendo feliz do meu jeito. Mas se eu não fosse seria pior!

Não estava nem um pouco a fim de sair da minha cama para me arrumar, mas fiz questão de ficar bonita, pelo menos para não ouvir comentários tão sinceros de minhas queridas amigas. Apesar de que não preciso fazer muito esforço pra eu ficar bonita, meu ascendente em Leão que o diga.

Saí de meu apartamento para pegar o elevador, era em torno de 12h45, não me atrasaria dessa vez. O elevador chegou e eu adentrei, logo encontrando a vizinha do 202, puta que me pariu, essa velha me persegue, essa desgraçada espalhou boatos que eu estava em depressão pelo prédio inteiro, vê se pode? Eu saio do meu bairro onde já havia vários fofoqueiros, pensando que eu ia me livrar, dona Janaína aparece em minha vida. Obrigado dona Janaína, agora todos acham que a menina do 218 é problemática!

-Boa tarde menina! –Ela me cumprimenta com aquela voz esganiçada e aquela simpatia forçada.

"Boa tarde velha fofoqueira, qual é a fofoca da vez?"

Mas me segurei muito pra não soltar uma dessas, alguém podia falar pra essa mulher se tocar e cuidar da vida dela? Pois é, galerinha sincera de plantão venha morar no meu prédio.

-Boa tarde dona Janaína. – Sorri falsamente, qual é não vou dar motivo pra essa velha falar mal de mim por ai, apertei o botão que correspondia à garagem.

-Você soube que o casal do 208 separou? Fiquei completamente chocada, pareciam ser um casal tão amoroso! É uma pena não acha? Mas eu soube também que ele teria traído ela!

-Ah é dona Janaína? E a senhora também separou lá nos anos 80? Ah não, me desculpe foi em 1990, que memória a minha, foi muito difícil à separação? Você poderia dar uns conselhos pra ela não é mesmo?

-Ah querida foi em 2006, mas quem sabe se eu não a encontrar? –Eu estava às gargalhadas internamente, ver essa velha abrindo um sorriso amarelo totalmente sem graça, era hilário!

-Pois é dona Janaína. –E logo o elevador foi aberto no térreo e dona Janaína se despediu.

-Até mais menina!

-Até... –A porta foi fechada. –Nunca mais.

Não é possível, como essa mulher é maldosa, expor a vida das pessoas assim para o prédio inteiro, eu fico indignada com uma coisa dessas.

Logo meu andar chegou e eu saí seguindo direto para minha vaga, que era ao lado da vaga do meu vizinho gato, pensa em um homem charmoso? Era aquele rapaz! Quem nunca teve um crush no vizinho bonitão? Normal.

Adentrei no meu carro, e segui até o restaurante que sempre marcávamos esses encontros. Ao chegar ao mesmo já as avistei no mesmo lugar de sempre, e fui até lá desviando de algumas mesas.

-Olá meninas. –Cumprimentei as quatro e sentei na cadeira que estava vazia.

-Oi sumida, finalmente você apareceu em um dos nossos encontros. – Beatriz reclamou, mas era a verdade, fazia muito tempo que eu não comparecia em nossos encontros, com todos os acontecimentos acabei me afastando de tudo e de todos.

Beatriz era uma de minhas melhores amigas, e com a vida mais acertada de todas! Estava noiva de uma relação de nove anos, pois desde adolescente, aos 16, namorava, e iria casar em breve com seu noivo Natan, que fazia de tudo por ela. Aquela relação era a dos sonhos, eu diria. Aquele casal 20 sabe? Faziam tudo juntos, se apoiavam, se respeitavam e o mais importante! Amavam-se e muito.

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