Dina

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Dina Saburó está aflita para entrar na história. Ei-la que vem vindo, com seu gênio
forte, corpo esbelto, cabelos compridos e lisos, parecendo cortina de franjas, olhos puxados,
e riso aberto que a iluminava toda.
"Você está estudando?" tinha ela a mania de perguntar a todo menino que
encontrava. Se a resposta era sim, Dina dizia: "Muito bem. Deve mesmo.. .".
— Lá vem pintando a chatinha! — disse um colega de Dina. — Juro que vai repetir
o papo de sempre, mandando a gente estudar! Estou noutra, viu? Por que, em vez disso, ela
não vai namorar, coisa que gosta tanto de fazer? Não acha que tenho razão?
— Isso é despeito seu, porque ela não se amarra em você — comentou outro
colega. — Nossa! Mas como você é linguarudo! Sua língua é tão grande que para fechar a
boca, você tem de enrolar a dita cuja.. .
(Dina Saburó sai da história, para voltar depois.)
Quanto aos dons extra-sensoriais do jovem Saburó, por mais segredo que a família guardasse, a coisa acabou — como se diz — "transpirando", pois algumas vezes acontecia
que, à vista de todos, os dedos de Dico começavam a atrair involuntariamente corpos leves,
como papéis, lenços, canetas, enquanto que objetos pequenos como que voavam lentamente
pelos ares, mudando de lugar.

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