30 - Eu te amo

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Acordo sentindo meu coração e respiração acelerada depois de despertar de um pesadelo a qual só de lembrar sinto calafrios pelo meu corpo. Olho para os lados e vejo um quarto com móveis preto e branco, mas nada no que tem aqui é meu. Me levanto um pouco atordoada e vou para o banheiro, a bocejando de cansaço. Volto para o quarto e vejo as horas no meu relógio marcarem 6:15 da manhã. Desço as escadas e encontro Liam deitado no sofá em uma posição desconfortável e memórias da noite passada me atingem rapidamente.

Me aproximo e encontro uma coberta jogada no chão, ao seu pé enquanto ele estava todo esparramado no sofá parecendo estar com frio. Coloco meu cabelo atrás da orelha antes de chegar perto dele e me agacho, pegando a coberta e colocando ela por cima do seu corpo.

- Bom dia. - Dou um pulo de susto quando escuto a sua voz rouca, repentinamente. Olho para ele mostrando irritação, ajeitando minha respiração que acelerou drasticamente.

- Caramba Liam, precisava disso? - Ele se desmancha em rir na minha frente, totalmente nem aí para meu mal humor. - Aliás, por que diabos você dormiu todo torto aqui no sofá? - Cruzo os braços carrancuda.

- Queria que fosse você? Já adianto que não iria deixar, e você sabe disso. - Ele se senta e me puxa para o seu colo com rapidez, me fazendo dar um gritinho de surpresa pelo ato.

- Me solta. - Tento me levantar, embora estando ciente de que não adiantaria de nada, que ele era bem mais forte que eu. Bom, e não adiantou mesmo.

- Não antes de conversar-mos sobre ontem.

- Tá, então deixa pelo menos eu sentar no sofá.

- Não. - Respondeu firmemente.

- Liam...

- Não Charlotte.

- Me solta logo.

- Já disse que não.

- Que merda ein! URGH. - Rolo os olhos em deboche. - O que você quer saber? - Acabo cedendo, vencida, encostando a parte de trás da minha cabeça no seu pescoço.

- Vamos começar pelo começo. - Ele rodeia minha cintura, me juntando mais à si, fazendo um leve carinho na minha pele coberta pela blusa. - Pode começar.

Sinto meu estômago remexer de uma forma perigosamente gostosa. Olho para a televisão desligada em minha frente, não vendo ela direito, completamente perdida, sentindo mistos de emoções me atingirem naquele momento.

Não, eu não vou contar para ele sobre a conversa que tive com Katherine, sendo tecnicamente ele o tema do assunto.

- Charlotte, eu quero saber de tudo. Não sinta vergonha, me conte.

Droga.

- Melhor não. - Escondo meu rosto nas palmas das minhas mãos quando sinto o sangue subir para o rosto.

- Eu não vou te julgar. Lembre-se que eu me abri pra você. Mostrei meus sentimentos, e você acha que eu não tive receio de contar? - Eu o olho de soslaio, concentrada em retorcer a bainha da minha blusa. - Pois eu senti. Passei horas me perguntando se o que disse foi precipitado demais. E não foi. Fiz uma boa escolha, porque sinceramente seria, digamos mais aceitável descobrir no final que não era correspondido, do que continuar guardando pra mim, remoendo o sentimento que a cada dia parecia maior e complicado de se esconder. - Sua voz era tranquila e carinhosa. Me perdi em suas palavras, atônita por ele ainda me surpreender.

- Hum... - Foi o que eu resmunguei, sem saber na verdade o que dizer.

- E pera, é tão sério assim pra você enrolar tanto para me contar? - Eu estreito os olhos pela sala procurando, inutilmente uma saída.

Meu Novo Chefe EstúpidoOnde histórias criam vida. Descubra agora