Notas: Há muito tempo não atualizo nenhuma das histórias que posto aqui, e tenho vários motivos para isso. Ando completamente corrida com a faculdade e estou com algum problema nas mãos. A dor e a falta de tempo não ajudam, mas aqui e estou. Não vou desistir das histórias e espero que vocês também não. Muito obrigada pela compreensão e boa leitura!!
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A manhã fria que fazia lá fora parecia penetrar a sala de análises do FBI sem pedir licença. Entretanto, além do frio, não havia mais nada ali. Ao menos, não deveria haver. Mas dedos ligeiros teclavam enquanto olhos inquietos varriam a tela do computador. Ao seu lado, uma caneca com o café esquecido pela pressa e um quadro enorme com pinos e dados do caso que tentava resolver de uma vez por todas. Estava completamente submersa na sujeira de sua própria história quando ouviu o ranger da porta se mesclar aos poucos sons.
"O que você está fazendo aqui?" A pergunta da morena era acusadora, mas seu tom entregava que ela já sabia a resposta. Raven estava ali pela mesma razão.
Anya deu de ombros, ignorando o pequeno sermão da morena. Ela sabia que não poderia estar naquela sala, acessando todos os arquivos sem alguém para supervisiona-la.
"Você está aqui agora, então estamos dentro das regras." Sorriu, dando um gole displicente no café e fazendo uma careta ao sentir o líquido amargo gelar sua língua. "E não é nenhum segredo, Raven. Nós temos que agir rápido, ou perderemos a chance."
Sem argumentos ou ânimo para debater, Raven sentou-se ao lado da mulher de fios bagunçados, olheiras profundas e roupas monocromáticas. Com as duas trabalhando juntas, o silêncio deu lugar a uma conversa fluida. Estavam convencidas de que até o fim do mês teriam começado a reação em cadeia que iria destruir toda uma organização de tráfico.
Raven colocava uma nota ao lado de uma imagem no grande quadro que cobria uma das paredes quando seu celular indicou uma chamada. "Reyes."
"Aqui é Nylah Carter, colega de trabalho de Clarke." A voz do outro lado da linha era calma, mas Raven sentiu seu corpo endurecer. Encarou Anya, que assistia atentamente a ligação.
"Sim?" Encorajou.
"Clarke deveria ter vindo trabalhar hoje, mas não apareceu. E também não está em casa, ou atende o telefone. Está tudo bem por aí?"
Raven não conseguiu responder, sua voz se perdeu por longos segundos. "Alô?" Nylah perguntou, ansiosa por uma resposta, e a morena se forçou a pronunciar o que mais temia.
"Ela também não está aqui."
[...]
As notas mescladas com assobios despreocupados passeavam pela pequena sala, falhando em encher o ambiente com qualquer sentimento ameno. Octavia, sentada com a postura firme e o olhar perdido em seus relatórios, via-se perdida entre pensamentos e ideias que não se casavam. Lincoln, displicentemente deitado no tapete felpudo, encarava o teto de madeira antiga e sentia suas pupilas reclamarem pela claridade da luz que machucava seus olhos. A noite reinava lá fora mais uma vez, assim como Lexa mantinha sua vigília as estrelas. Nenhum dos três queria estar ali, sentiam-se presos física e mentalmente. E quando o físico está rendido, a mente se perde ainda mais. Efeito dominó, Bellamy diria.
A morena suspirou, fechando o laptop com força e encarando a tela de seu celular. Nenhuma mensagem ou ligação, mas o relógio indicava que seu tédio era justificado. Com um suspiro, virou-se para a janela, o céu estava mais chumbado do que o normal, e as tantas estrelas que o ornamentavam no campo, pareciam ter se escondido.
"Vem uma tempestade por aí." A voz baixa do homem encontrou seus ouvidos e, apesar do arrepio agridoce em seus pelos, Octavia não se moveu.
"Espero que não." Havia um tom de prece em sua voz e o moreno percebeu. Octavia se via entre abismos distintos e confusos, e não sabia para qual lado pender. Nunca fora boa com equilíbrio. Bellamy era a balança, ela era a pena ou o coração. Uma lágrima caiu de seus olhos, solitária, silenciosa e completamente inapropriada, mas ninguém além das estrelas a testemunhou.
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Wild Hearts (Part II)
RomanceDar os primeiros passos em direção a vida adulta não é fácil. Clarke sabe disso, em teoria. Sete anos se passaram desde que a vida de Clarke Griffin virou de cabeça para baixo. Sete anos voaram sob seus olhos enquanto seu coração lutava para se recu...