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Louis POV

Estaciono e saio do meu carro, subindo para o meu apartamento.
Porém, antes que eu pudesse fechar a porta, um pé se coloca entre a mesma e a ombreira me impedindo.
-Au! - Harry reclama de dor. - Isso doeu pra caramba! - Ele exclama, saltitando com visível dor.
-Porque colocou o pé aí, seu idiora?! - Pergunto meio chateado mas sobretudo preocupado com ele. Porque eu continuo me preocupando quando ele nem quer saber de mim?!
Bufo e puxo ele para dentro, o obrigando a sentar no sofá. Tiro a sua sapatilha e a meia e observo o seu pé meio vermelho e inchado.
-Agora vou ter de cuidar disso porque você é um desajeitado! - Falo aborrecido e vou até a geladeira pegar uma bolsa de gelo para o inchaço do seu pé.
-Eu não sou desajeitado! Foi de propósito. - Ele diz e geme quando eu pouso a bolsa de forma pouco delicada contra o seu pé. - Eu preciso de falar com você.
-Eu não quero falar, Harry! - Exclamo quase gritando. Eu não quero mais me magoar com esta situação.
-Então me ouve! Pelo menos me ouve! - Ele pede quase desesperado.
-Também não quero te ouvir. - Digo e o deixo sozinho indo para a cozinha. Pego uma cerveja e me encosto na bancada a beber.
Eu só queria paz! Será pedir assim tanto? Eu queria ser feliz. Porque não posso ser?!
-Pode parar de fugir? - Harry pergunta aparecendo a coxear na porta da cozinha. - Eu vou dizer o que tenho a dizer. Depois pode me mandar embora se quiser.
-Eu vou querer sim. - Digo bebendo quase toda a minha cerveja de uma só vez. - Que saia da minha casa e da minha vida de vez. Não quero mais ter meus sentimentos jogados no lixo.
-Faz o que quiser depois de eu te falar o que preciso... - Ele diz e chega perto de mim. - Eu estava muito confuso. Quando eu falei que não era gay, era porque eu estava batalhando por me descobrir e, sinceramente, eu queria que essa fosse a realidade. Eu achei que, se fosse de facto homossexual, isso arruinaria a minha vida... Só agora percebo o quão Homofobico esse pensamento era.
-Sim. Você é um homofobico de merda, agora que já percebeu pode ir embora! - Digo já farto do rumo que a conversa estava a levar.
-Deixa eu terminar! - Ele exclama e pega a minha mão livre. Tento tirar mas ele não deixa. - Então eu transei com a Ally...
-Sim. Eu soube disso. Se não estava claro ainda que eu não significava nada para você,.depois disso ficou bem claro. - Interrompo de novo.
-Para alguém que não queria falar, você está me interrompendo demasiado! - Harry diz dividido entre um sorriso e frustração. - Eu sei que traí você! Sou um traidor, uma porcaria...
-Não posso discutir isso. - Digo, tiro a minha mão da sua e abro a minha camisa até meio mostrando o meu peito com vários chupões. - Mas, pelo menos, eu foi com outro garoto... Não com uma garota e não onde todo o mundo da banda poderia ouvir.
-Você... - Uma sombra passou pelo seu olhar ao ver as marcas. Eu podia jurar que ele ia chorar ali na minha frente. Passou a sua mão nelas. - Com quem?!
-Isso não importa. Paguei na mesma moeda o que você me fez. Agora sabe como eu me senti. - Digo frio e tiro a sua mão do meu peito. - Termine o que tem para dizer e vá embora.
-Você falava que me amava e me traiu! Eu sempre falei para você como estava confuso. De mim, era de esperar... Mas de você?! - E agora sim... Os olhos de Harry se encheram de lágrimas que ameaçavam rolar pela sua face e quebrar todas as minhas barreiras e defesas contra ele.
-Fala logo o que tem a falar! - Grito com ele, tentando não mostrar meu lado fraco. Eu não podia lhe dar esse gostinho.
-Eu perdoo. - Ele diz limpando seus olhos com as costas da sua mão. - Me perdoa e eu perdoo você.
-Não há nada para perdoar, Harry. Você pode ficar com quem você bem entender. - Digo mesmo que no meu interior não seja isso o que eu sinto. - Espero que, pelo menos, isso tenha servido para tirar suas dúvidas.
-Isso tirou sim. - Ele garante me olhando, parecendo mais calmo mas não menos magoado. Tinha de admitir, aquilo não me fazia sentir melhor como eu pensei que faria.
-Então, agora você ja sabe que é heterossexual. Fodeu uma garota. Gostou. Ponto final. Podemos esquecer tudo o que aconteceu. - Sugiro.
-Eu não quero esquecer nada do que aconteceu! - Ele exclama e me agarra de novo daquele seu jeito possessivo que eu costumava adorar. - E eu definitivamente não sou Hetero... - Isso me surpreende. - O que eu percebi é que... Eu amo você, Louis.

Só sei que meu coração - bem dentro do meu peito - parecia querer saltar para fora, de tão rápido que batia.
Aquilo não podia ser de verdade...

I Hate You I Love You - LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora