Capítulo 3

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— Tenho certeza que é deliciosa — Fred sussurrou no ouvido de Anna. — Mas acredito que isto somente foi uma pequena amostra, ainda nem comecei com você!

Ainda de olhos fechados, Anna arfou e sentiu as faces enrubescerem. Ficou visivelmente excitada num lugar público com um estranho enquanto Jorge ficou assistindo de camarote a cena.

Sentiu seu baixo ventre se contrair, reclamando por uma liberação urgente.

Uma mordida no lóbulo da orelha seguida de um beijo no pescoço fez Anna estremecer e Fred disse roucamente:

— Não se esqueça de olhar o bilhete que sua amiga mandou pra você.

E abruptamente sentiu o par de mãos fortes e masculinas deixarem seu corpo. Anna virou o corpo na direção de Fred a tempo de vê-lo lamber os lábios. E com o olhar totalmente devasso fez uma reverência com a cabeça dizendo:

— Seja bem vinda a Mansion Rouge.

Se Anna estava envergonhada antes agora o constrangimento tinha atingido níveis estratosféricos. Sentia o rosto e pescoço pinicar de tanta aflição.

Respirou fundo e direcionou para o calado e taciturno Jorge. Sua expressão estava sombria, um tanto triste, mas com aquele risinho sacana no canto da boca. Era como se ele estivesse maquinando um plano diabólico.

Desviou o olhar pra baixo e encontrou um enorme volume na calça. Relembrou das vezes que viu Jorge ser abocanhado. Anotou em sua agenda mental: "Jorge gosta que façam sexo oral." Ela engoliu um monte de saliva que se formou em sua boca imaginando fazer tal carícia no conquistador barato.

Anna mordeu o lábio de apreensão, tentando em sua mente organizar algumas palavras para quebrar aquele clima, quando se lembrou do bilhete que Fred havia colocado deliciosamente dentro de seu decote.

Levantou a mão em direção ao decote e retirou o pequeno papel dobrado, onde se leu:

"Querida venha pro banheiro antes de fazer qualquer coisa com este homem! Espero que tenha gostado do presente de boas vindas". Marla

— Presente de boas vindas? — Anna nem percebeu que repetiu em voz alta e muito menos que sorria até que Jorge interpelou.

— Então Fred foi seu prêmio inaugural. —A voz rouca, sensual e com aquele sotaque brasileiro fez com que aquele comichão na barriga surgisse novamente com força total. — Você deve ter impressionado muito bem o Fred, porque nunca o vi fazendo nada parecido.

— Verdade? – Anna conseguiu dizer surpresa.

— Desde que bati os olhos em você Sharon, sabia que tinha algo especial.

Aquelas simples palavras aqueceram o coração de Anna. Ele parecia tão sincero, verdadeiro. Ela respirou fundo.

— Sei... — Anna queria acreditar em Jorge, mas seu histórico de mulherengo convicto não poderia ser esquecido.

Ela pegou seu copo pra tomar mais um gole e descobrindo-o vazio, bufou.

Precisava de mais uma distração, pensar e agir friamente em relação ao Jorge. Queria provar dele todo, mas tinha que ter muita cautela, porque se ele descobrisse seria o fim de sua reputação.

— Posso pedir outra bebida pra você?

— Claro! — Disse com uma voz suave e baixa. — Vou ao banheiro e já volto.

Jorge pegou na mão de Anna enquanto se virava para ir.

— Precisa de companhia Sharon? – Vislumbrou aquele sorriso arrebatador, se lembrou da escapada que ele e a sirigaita deram no banheiro.

Mansion Rouge - Amor AgridoceOnde histórias criam vida. Descubra agora