capítulo 11

28.9K 2.3K 144
                                    

Um vento frio inundava o quarto aquela manhã, os cobertores estavam gelados e eu acabei acordando quando a temperatura alta do meu corpo se chocou aos lençóis gelidos. A jabela tinha ficado aberta.
Rosnei, e me levantei para fechar, porém quando olhei para fora dela, vi um cenário lindo. O nascer do sol em meio as árvores com aquela coloração alaranjada e rosa que só podia se ver nesse horario da manhã. O frio era evidente e algumas gotas de chuva caiam sem preocupação.

Aproveitei para tomar um bom banho quente, demorei um pouco nele, dizendo a mim mesmo que merecia isso por trabalhar demais, não era ao todo mentira. Saí para correr naquele frescor e enquanto eu estava correndo na floresta senti meu lobo incomodado, estava agitado, inquieto.

O que foi amigão?

Sinto algo diferente Ian, sei que já senti isso antes, mas faz tanto tempo, nem me lembro o porquê... Mas algo bom vai acontecer, tenho certeza... Me liberte, quero correr..

O libertei e em forma lupina corremos juntos. O vento em meu rosto fazia aquela sensação aumentar, o que será que vai acontecer?

Depois de algumas horas correndo, decidi ir para casa, tomei outro banho para retirar o suor e as foljas secas que ficaram agarradas ao meu cabelo. Vesti  um terno cinza chumbo, uma blusa branca e uma gravata da mesma cor. Parecia apresentável. Pulei o café da manhã e seguu para a empresa.

{...}

Quando cheguei, notei algo diferente, minha empresa estava parecendo uma funerária, o que acabou mudando meu humor, que de ótimo passou para péssimo, meus pés pareciam pesar chumbo, e a cada passo todos olhavam para mim e abaixavam a cabeça.

Quando cheguei em minha sala estava ainda pior, eu parecia estar dentro de um caixão. Então voltei a recepção onde Mary estava.

— Mary. – A chamei ainda calmo

— Sim Sr. Black. – Ela me saldou com um sorriso caloroso, o wual eu não retribui.

— Eu quero que você ligue para alguma floricultura, e encha essa empresa de flores, e quero um jarro em especial para minha sala. – sim, flores. Lembro que meu pai falava sobre como minha mãe adorava encher a casa de flores. Talvez isso melhorasse o meu humor.

— Mas como eu vou fazer isso? Hoje é segunda não tem carregamento. – Me irritei.

— Não sei, Mary. Vá buscar no campo, venha montada nelas, peça pó de pirilim pimpim a alguma fada! Não me interessa!  – Sim, talvez eu tenha sido grosso, mas sinceramente não me importava nem um pouco com isso.

Minha gloriosa manhã se resumio em assinar pedidos de construção e responder alguns emails de alfas, até ouvir uma discussão do lado de fora da sala. Já era mais de meio dia, o que está havendo? E sim isto está me irritando, me levanto em busca de algum pescoço para quebrar, abro a porta de supetão, e encontro Mary gritando com uma garota que está com um vaso nas mãos. De repente nossos olhares se cruzam, e um cheiro delicioso de lírios sobe ao meu nariz e meu lobo corresponde.

— Minha... – Mary me olha espantada, afinal até eu estava, a garota, a mesma garota dos meus sonhos, a mesma garota da boate, abriu o seu lindo sorriso para mim e estendeu o vaso.

— Sim, são ... suas – Ela falou com certo receio, e percebi que ela não entendeu o que tinha acabado de acontecer.

Seus lindos olhos azuis me faziam afogar em mares desconhecidos, e me dei conta de que ela é apenas uma humana, minha humana. Devagar, como se um simples movimento pudesse assusta-la, abro um sorriso para ela, e vejo seus olhos brilharem. Me ponho ao lado da porta e peço para que entre, ela não hesitou, e eu entrei após ela fechando a porta atrás de mim.

— Então, eu achei que você era um velho. – Ela me avisa fazendo um bico com os lábios, o que faz meu sorriso ficar mais bobo.

— Achou? Então gosta do que vê ? – Percebi suas bochechas corarem.

— Não, preferia que você fosse um velho. – ela deu de ombros. Mentira. Ela olhou para o chão, como se procurasse algo, e seu rosto ainda estava vermelho. –  Eu só queria me desculpar pela demora na entrega...

— Tudo bem, não me importo, foi a melhor coisa que aconteceu no meu dia. – E mais uma vez ela cora.

— Hum. Onde coloco isso? – Ela morde os lábios, e lentamente me aproximo dela puxando levemente seu queixo para que solte seu labio inferior, e uma onda estática se apodera do meu corpo, sua pele é tão gostosa de tocar. E seu cheiro que agora está mais forte, está me viciando.

— Isso é um costume feio, pode acabar se machucando, senhorita? – Por alguns segundos seus lindos olhos azuis me encaram, tentando decifrar o enigma dos meus.

— Scamander. – Ela respondeu em um sussurro.

— Senhorita Scamander, coloque em cima da mesa por favor. – Me afasto dela, dando lhe espaço, ela olha em volta e parece procurar algo.

— Sabe o que é uma mesa Srt? Está bem atrás de você. – Aponto, e ela me olha com ameaça, o que faz meu coração disparar.

— É claro que eu sei o que é uma mesa Sr. Black! E não vou por lá... – Seu tom foi frio, chateado. Não respondi nada, apenas a encarei, e aos poucos ela foi andando no meio da sala em direção a minha estante de livros velhos.

A observei arrumar os livros e entre eles pondo o arranjo de violetas, sim ela estava certa. Deu uma nova vida a sala.

— Parabéns Srt. Ótimo lugar. – Ela deu de ombros, e se pôs a saída. Segurei o seu braço. —  Não, não vá.

Eu não estava controlando meu corpo, ou estava? Jamais faria isso com alguém, nunca pedi a alguém para ficar comigo, só posso estar louco.

— O que um homem como você quer comigo ,Sr. Black? – Seus olhos me passavam certa curiosidade.

— Almoce comigo. Eu insisto. – eu vi a dúvida em seu rosto.

Me deixe tomar as rédeas Ian, eu sinto falta dela.

Cala a boca.

Idiota!

Tudo que eu precisava agora era o meu lobo querendo ultrapassar os limites.

— Preciso mesmo voltar, quem sabe outro dia? – Ela abriu um sorriso perfeito, e quando me dei conta, já estava tão perto do seu rosto.

— Eu insisto... – Sussurrei próximo a sua bochecha quente e rosada. – Prometo que vai gostar.

— Hum... Está bem. – Eu abri o melhor sorriso em anos. – Você tem covinhas! – Um esboço de sorriso se fez em seu rosto meigo.

— Não são todos que tem a oportunidade de ve-las, sinta-se privilegiada. – dou de ombros, fingindo indiferença.

— Babaca. – ela murmurou.

Babaca!

Meu lobo sabe bem como ser irritante! Descemos até o Hal da empresa, e já íamos entrando em meu carro, um vento frio tomou as ruas e percebi que ela estava sem casaco, rapidamente coloquei meu terno sobre ela, que agradeceu com um sorriso.

Senti uma dominância ali perto, outro Alfa estava invadindo meu território, e isso não me agradou, rapidamente uma moto encostou junto a nós, e o rapaz me encarou como se eu fosse a raptar, ele pediu para que ela subisse na moto.

Não. Não a deixe ir Ian, não a deixe ir, ela é nossa.

Meu lobo rosnou, me fazendo segurar seu braço, mas seu toque foi despertador e tranqüilizante.
Assim que ela subiu na moto o Alfa me encarou, e eu percebi que ele a tinha reclamado como sua... E todo meu chão sumiu, ela foi embora com ele, ela deve o amar muito, e eu só quero que ela seja amada, e protegida... Sei que comigo jamais será assim, preciso encarar o fato de que com ele ela será mais feliz , certo?

Senti uma lágrima escorrendo involuntária do meu olho, com a imagem dela partindo com outro...

O Alfa Indomável || L1 Indomável (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora