Capítulo 12: Corações Quebrados

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Quinn sentia como se cada pedaço de si tivesse sido espancado em uma surra, mas o pior nem era aquela sensação horrível e sim, a sensação de não saber o que fizera para merecer aquela música e os olhares frios que recebera. Rachel estava ainda mais distante dela do que no dia anterior.

Quinn Fabray saiu da sala do Glee segurando algumas lágrimas e escorou-se na parede do corredor. Estava sentindo-se mal e estar de volta ao McKinley não ajudava, porque ali residiam as lembranças das quais ela mais se envergonhava.

Os anos como cheerio, desfilando pela escola, destilando seu veneno sobre pessoas como Rachel só porque era insegura demais para admitir seus próprios defeitos... As aparências sempre importaram para Quinn, assim como a popularidade. Mas fora o Glee que lhe ensinara a ver muito além daquele mundo fútil no qual fora criada.

E mesmo assim, mesmo com tantas lições e tantas cicatrizes em si, ela tornava a cometer os mesmos erros. Fora um erro deixar sua auto-proteção erguer muros em volta de si quando Rachel fizera tudo para protegê-la, fora um erro sair de cabeça quente e sem conversar e fora um erro ainda maior ir àquele bar na noite passada.

Porque acordar no apartamento de Finn Hudson com uma ressaca sem precedentes não foi a melhor forma de indicar que estava arrependida de tudo que fizera a Rachel. Quinn saiu correndo de lá sem que Finn acordasse, o rapaz pelo menos teve a decência de dormir na sala.

A última coisa que Quinn se lembrava era de ter passado mal e apagado em seguida, ainda no bar.

Mas aquilo não importava, seu estado de embriaguez só fez com que a verdade viesse à tona e a verdade era: não poderia mais viver sem Rachel. Fora por isso que correra até o McKinley, só não esperava ser recebida com uma Rachel ainda mais fria e distante de si. Ela realmente esperava que uma noite solitária pudesse fazer Rachel pensar melhor no que acontecera entre elas.

Ouviu barulhos dentro da sala, a porta foi aberta em seguida e os membros do Glee foram saindo. Quinn limpou suas lágrimas rapidamente e deu seu melhor sorriso falsamente simpático, recebendo sorrisos e acenos de volta dos alunos. Rachel ficou mais alguns minutos com Mr. Schue dentro da sala, até que, finalmente, o professor saiu. O homem tinha um sorriso na face e disse animado:

- Espero que sua companhia seja permanente, Quinn!

- Vou tentar vir sempre que puder, prometo. – Quinn disse sincera e olhando disfarçadamente por cima do ombro de Mr. Schue, verificando se Rachel ainda estava na sala, deu um suspiro aliviado quando vislumbrou a pequena silhueta próxima ao piano. Mr. Schue deu um sorriso e um aperto carinhoso em seu ombro antes de sair.

Quinn praticamente correu para dentro da sala, mas estacou quando viu que Rachel sequer olhara para ela na porta. Aproximou-se a passos pesados e incertos, ergueu a mão para tocar a cintura da morena e quando as pontas de seus dedos tocaram o fino tecido do vestido que ela usava, Rachel se afastou e disse gélida:

- Não toque em mim, por favor.

- Me desculpe. – Quinn dissera impressionada com o tom de voz de Rachel, a morena sequer se mexeu e sentou-se ao piano, dedilhando algumas teclas timidamente enquanto olhava fixamente para frente. A loira pigarreou, Rachel estava extremamente semelhante àquela Rachel que ela encontrara no hospital. Distante, amargurada e magoada. – Eu não queria incomodar.

- Sua simples presença aqui já está me incomodando, Fabray. – Rachel respondeu decepcionada enquanto parava de dedilhar o piano e erguia o olhar distante e cansado para Quinn. A loira sentiu como se o seu coração explodisse dentro do peito. Aproximou-se, mas Rachel se afastou. Quinn massageou as têmporas e pediu suplicante:

You Are My Star [FABERRY]Where stories live. Discover now