Briga ( Parte 1)

2.2K 106 35
                                    

" O mundo ainda não acabou
Ainda temos uma chance para fazermos nossas apostas
Nós dois fizemos um pouco de bagunça
Nada que o nosso coração não possa resolver
Nunca vou te amar menos
Não deixe suas preocupações contradizer isso
Vamos começar de novo e viver sem arrependimentos
Vamos viver uma vida sem arrependimentos"

"Tenho os meus problemas, admito isso
Você tem algumas coisas que você guarda
Mas estamos agindo que nem crianças
Procurando por a culpa no que nos falta"

"Antes de perdermos tudo, nós temos o amanhã
Podemos esquecer o que deu errado ontem?"
-Magic, No Regrets

      🎯POV KATNISS🎯

Dois dias, quatro horas e vinte e oito segundos.

Esse é o tempo exato que não vejo Peeta.

Nossa discussão não foi um simples bate boca, não desta vez.

Vasos foram arremeçados, palavras ditas sem remorço, olhares recheados de raiva e dor.

Uma mala feita, a porta batida com força e nenhum sinal de volta.

Puxo a coberta, secando a pele abaixo de meus olhos. Ja estão ardendo, depois de tanto arrastar o pano áspero pela região sensivel.

Buttercup mia, estou erguendo meu pé pra chutá-lo quando vejo algo em sua boca.

O sapato sujo de terra, devia estar ao lado da porta, onde Peeta deixou a última vez que usou.

Estávamos na floresta, ele usa essas botas para caminhar. Corríamos na Campina, rindo de um baita susto que Peeta levou.

Uma manga caiu fazendo o loiro correr bons metros, lágrimas saiam de meus olhos enquanto gargalhava.

Hoje são de tristeza, causada por uma briga idiota, um motivo patético.

O gato velho se aproxima, larga a bota ao lado da cama e senta.
O encaro, não juntando os pontos. Depois que ouço seu miado, percebo.

Buttercup também sente a falta dele, quando o assunto é saudade nos identificamos.
Primeiro foi Prim, agora Peeta.

-Vá na casa da frente, ele irá te alimentar!

Olho pra parede, a janela permanece fechada desde sua saída. Peeta dorme com a janela aberta, eu não.

O gato volta a miar, perco a paciência tacando uma almofada em sua direção.
Ele reclama, dou de ombros voltando a pegar a pérola entre meus dedos.

Assim como na guerra, levo pros meus lábios.
Tentando acalmar o desejo interior que grita querendo seu beijo, suas mãos, seus carinhos.

Trinco o maxilar ao ouvir risadas, as mesmas de ontem a tarde.

Peeta e uma mulher.

Quando fraquejei e olhei pelo vão da janela, identifiquei a criatura que ja estava na minha lista negra.

Delly.

A melhor e única amiga de Peeta, desde a infância.

Ambos caminhando na Vila até chegar na casa dele, Delly apoiando em seus ombros e rindo como uma doente.

Peeta, por outro lado, não fez melhor. Agarrou a cintura fina dela e entraram em sua casa.

Não quero ver, saber ou imaginar o que diabos está acontecendo.

MomentsOnde histórias criam vida. Descubra agora