O beijo

170 11 26
                                        

As horas pareciam infinitas, meu coração parecia que iria sair do peito. Sabia que estava correndo um risco, mas eu precisava ser feliz.

Sentei na cama, escorei a cabeça na parede, e pensei, o que está acontecendo? Eu só quero viver, eu não posso me casar, eu nem sei o que é amor, queria saber o que o Benjamin tem na cabeça, é como se ele estivesse desistindo de mim, como se todos os meus sonhos fossem descartáveis, que ele simplesmente jogou no lixo, como se meu coração fosse de papel, e ele simplesmente amassasse e queimasse. Quando menos esperei, minhas lagrimas tinham se transformado em dor!

Já era tarde, fui até os corredores  conferir se tudo estava cooperando para minha saída. Estavam todos dormindo. Voltei para meu quarto, peguei uma capa azul, não irei levar vestidos, não posso levar muita coisa, peguei apenas moedas de prata e ouro, para uma necessidade.

Passei pelos corredores, devagar, lembrando de cada momento, de criança até os dias atuais. Passei por uma sala, onde tinha um enorme lustre, dado pelo meu tio Alexandre, que morava na Itália. Lembrei de quando eu e o Benjamin corríamos por aquela sala, e as servas, enlouquecidas atrás de nós, para nos organizar. Lembrei de meu pai, de quando ele me levava para o jardim, me contava histórias fantasiosas, com mitologias do tipo de orc, elfos. Batalhas entre homens e elfos, anões e orcs. Era maravilhoso!

Comecei a sorrir do nada, o rei Edward me trouxe tantas alegrias! Ele sem dúvidas, foi o melhor pai do mundo! Com certeza, foi o melhor rei , morreu lutando pelo seu povo, para que os mesmos, continuassem intocáveis, blindados.

Fui até o estabulo encontrar Rufio. Ao chegar lá, já estavam todos os cavalos prontos. Montamos e fomos embora. Rufio achou melhor acelerar, e fiz o que o mesmo mandou.
Chegamos até uma pequena aldeia, era bem longe, provavelmente meu irmão não me acharia!
Chegando lá, Rufio meu acomodou, mas infelizmente ele tinha que ir!

Fiquei sozinha, em um tédio eterno, mas era necessário. Estava tão chato, que, acabei dormindo. Quando abri o olho já era com uma resta de luz batendo em meu rosto, é, me parece que amanheceu!

A esse hora, meu irmão já deveria está louco, com guardas em todos os lugares.
Não me sentia com a consciência pesada, me sentia apenas livre, para falar a verdade, estava até me sentindo mais leve!

Mas, só uma coisa poderia atrapalhar, o rigoroso inverno começou! Não gosto muito do inverno, é um clima traiçoeiro, é quase impossível saber quando de fato começa, e quando termina. Os dias são longos, devagar, parece até saber que se fossem rápidos, derrubariam, até mesmo, os mais valentes entre nós!

Até que o dia se passou, demorou, mas passou! Rufio chegou em casa, estava sentada em uma mesa de madeira, que tinha algumas frutas encima. Rufio sentou ao meu lado e me olhou.

- Tem sido difícil longe do castelo, milady? - perguntou, colocando a mão dele acima da minha.

- Sabe, não está! Poderia dizer que está até leve! - Falei olhando para nossas mãos.

Quando reparei, nossos rostos estavam bem próximos, sim, nós nos beijamos. Mas, o que eu estava fazendo? Espera, o que? Tenho que admitir, que aquilo era bom!
Até que, alguém deu um chute na porta.

- HELENA! - Gritou Benjamin.

Coroa Trincada Onde histórias criam vida. Descubra agora