Enganada

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- Rufio, temos que voltar! - falei puxando as rédeas do cavalo.

- Vamos senhorita - ele falou dando a volta.

- Helena! - falei desviando o olhar.

Bom, eu tinha que voltar, por mas que estivesse agindo naturalmente, nunca tinha saído da fortaleza do castelo.

Tinha que ser rápida, pois meu irmão não poderia nem desconfiar que eu estava fora do castelo, cavalgando com um cavalariço.

Ao voltar desci do meu cavalo, e fui em direção a Rufio.

- Obrigada, Rufio, o cavalariço. - falei rindo

- Então... De nada, milady! - me respondeu com um olhar sarcástico.

Estava tirando as luvas, indo em direção à sala do trono. Mais uma vez passei pelo corredor, e mais uma vez fiquei admirando a beleza das pedras do corredor. Até que ouso uma voz atrás de mim.

- O que á moça faz aqui? - Benjamin apareceu atrás de mim.

- Estava indo até a sala do trono! - falo olhando para baixo e mexendo nas luvas.

- Me parece está um pouco lunática. - falou olhando para mim.

- Não, estava apenas admirando essas pedras das paredes! - falei erguendo minha cabeça para cima.

- São lindas não é mesmo? Trazidas do Norte, por isso a coloração azul, pois lá é muito frio. Dizem por aí, que as do Oeste são ainda mais lindas! - falou Benjamin passando a mão na parede.

- Sim, me trazem as lembranças de quando eu e o papai corria por esse corredor, sempre comentávamos de como essas pedra são lindas. Ele me faz muita falta! - falei olhando novamente para baixo.

- Eu também sinto a falta dele. Mas seu noivo está vindo, vamos para a sala do trono, ele está chegando na cidade! - falou Benjamin mudando de assunto.

- Nem me fale, porque está fazendo isso comigo, meu irmão? - falei olhando para ele, segurando as lágrimas.

- Helena é para seu bem, e para o bem do reino. Não queria dizer isso, mas... O bem estar do reino, não vai ser escravizado por uma vontade sua, ou por uma paixão que nunca dará certo! - falou Benjamin

- O que? - falei erguendo uma de minhas sobrancelhas.

- Eu vi você chegando com aquele cavalariço, Helena. Primeiro, nunca mas saia da fortaleza, os Franceses querem nossa cabeça, e você seria uma presa fácil. Segunda, não chegue perto novamente daquele cavalariço, você está noiva. Terceiro, nem se estivesse sozinha, não iria se casar com um cavalariço, nós somos da mais alta nobreza, pare com isso já! Para seu próprio bem, e para o bem dele. O ama? - falou Benjamin, passando a mão no meu rosto

- Eu não sei... Mas não faça nada com ele, foi eu que pedi para que me levasse para cavalgar! - falei.

- Pois bem, se você está criando algum sentimento, pode parar, será para seu próprio bem, meu anjinho, e para o bem dele... - Benjamin falou me abraçando.

- Sim, meu irmão... - falei com lágrimas escorrendo sobre meu rosto.

- Helena, pare com isso! - falou Benjamin.

- Benjamin, você acha que devo ficar sorridente, quando o meu casamento é um negócio. Ou quando percebo o quanto fui enganada, todas as vezes que você disse que me amava? Desculpe-me, não sou tão falsa a esse ponto! - falei, e sai andando em passos largos até meu quarto.

Ao chegar na porta do quarto, os guardas á abriram para mim, entrei, e deslizei pela mesma. Minhas mãos estava sobre meu rosto, estava chorando muito.

Estava difícil, muito difícil! A dúvida tomava conta de mim. Será que de fato, me apaixonei por aquele cavalariço? Não podia ser!

Rufio, é tão gentil, tão meigo. Ele era diferente. Diferente do meu irmão, diferente de todos os outros!

O que meu coração estava fazendo comigo? O que eu estava fazendo? Eu sou da mais alta nobreza. Infelizmente, Rufio está muito longe de mim...

O que eu vou fazer agora? Se estou gostando de Rufio? Ele não tem terras, não pode oferecer exércitos ao meu reino, e também, não tem ouro nem para começar, para pagar meu dote!

Estou literalmente em uma fria! Não quero me casar com Arno. É ridículo esse casamento, ele não me ama, no máximo me achou "bonitinha", eu não o amo. Que tipo que casamento é esse? Ah claro, casamento em troca de exércitos! Pensar nisso me dá um nó na garganta...

O pior mesmo, é que sempre acreditei que Benjamin me amava, quando na verdade esse "amor" é apenas uma farsa!

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