#36 Espero Logo Sair Daqui

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Rafael me contou tudo que avia acontecido :

Eu estava indo pro cinema com ele, como era de costume ir todos os fins de semana, quando o taxista, bêbado, me empurrou para dentro do carro e acelerou.
Ele disse que eu fiquei em choque, apenas chorava e gritava o nome dele, pedindo pra ele me tirar dali.
Disse que pegou um carro qualquer no meio da rua e correu, em alta velocidade, atrás de mim.
Também falou que o suposto taxista, era pai de um ex namorado meu e que ele avia feito muito mau pra mim, ele me espancava...
Falou que avia sequestrado o meu ex e que eu avia prometido me vingar.

Eu senti uma pontada no coração quando ele disse :

O nome dele é Derek Mendes e está no nosso esconderijo... Você não lembra de nada mesmo?

Eu apenas respondia que não e ele não demonstrava nenhuma emoção, nada de tristeza, felicidade, pena ou algo assim, apenas estava com um sorriso bobo no rosto e falou :

- você é muito forte, sabia?

Eu sorri ao ouvir aquilo e ele beijou minha testa.

- estou com medo!

Falei olhando pra seus olhos, aquele sorriso, que tanto me encantava, desapareceu e ele falou :

- medo? Medo do que meu amor? Eu estou aqui com você, iremos sair daqui juntos, nos amar mais do que nunca e ninguém irá nos separar.

Meu sorriso voltou, igual ao dele, que estava segurando minha mão.

- medo de não ter forças pra aguentar tudo isso, uma angústia por não lembrar de nada, nem mesmo o meu próprio nome.

Eu fechei os olhos, sentindo uma lágrima escorregar devagar e ele secou.

- não chore pequena, sabe que estou aqui, vai se lembrar de tudo aos poucos, meu amor.

Abri meus olhos e ele apertou minha mão, deu um beijo nela e sorriu, seus olhos estavam brilhando, parecia surpreso por eu aceitar seu toque.

Ele passou a mão no meu rosto levemente, depois passou pelo meu braço, onde tinha um corte de leve.

- vou cuidar de você!

Falou olhando para minha barriga, levantou lentamente minha blusa, para olhar outro machucado na minha costela.

Seus olhos não demonstravam pena, nem sofrimento, apenas carinho e ternura.

- isso dói?

Perguntou me olhando, encostou devagar o dedo no machucado e eu soltei um gemido baixo.

- desculpe!

Ele disse tirando rapidamente a mão do local, encarando meus olhos, então fechei os mesmos, para poder sentir sua mão passar por meu braço esquerdo, me fazendo arrepiar.

- quanto tempo vou passar nesse hospital? Quero sair daqui o mais rápido possível.

Falei abrindo os olhos, vi ele dar uma risada gostosa e eu ri um pouco.

- vou perguntar ao médico.

Falou ainda rindo, saiu devagar, parando de rir e eu fiquei ali, olhando pra janela que tinha a minha frente, com cortinas azuis claras, o sol não estava tão quente, o céu azulado, lindo para um passeio, as nuvens cobriam o sol, fazendo ele esfriar e a grama do hospital era muito verde, os cantos dos pássaros me chamam atenção.

Quanto tempo passei sem parar e olhar a beleza da natureza? Será que eu nunca fiz isso? Pois, agora, parece que é a primeira vez que olho pro céu.

As cortinas balançam e uma brisa tranquila entra no meu quarto, avisando que é um lindo dia lá fora e eu estou, aqui, presa numa cama de hospital.

Espero sair logo daqui...

Eu sou dele 1 {revisando} Onde histórias criam vida. Descubra agora