Capítulo Onze

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Faltava menos de uma semana para o meu aniversario e a primeira coisa que eu fiz quando acordei foi pegar os convites da festa e leva-los para a caixa de correiros na frente da minha casa.

Ben veio buscar-me às sete da manhã com o seu lindo Camaro preto. Pensei em recusar a carona, mas ele perceberia que tinha algo errado entre nós - ele sempre percebia. Com poucas saidas em vista, aceitei e fui com ele para a escola. Foi tão estranho, não nos falavamos ou ao menos nos olhavamos. Eu prendia a minha vista na paisagem que eu via pela janela do seu carro e ele prendia sua linda orbes verdes na estrada.

Mas nossa briga não verbal ou fisica e sim indireta, só acabou quando ele ligou o rádio e a nossa musica favorita tocou. Era I write sins not tragedies  do Panic! At the disco, um sucesso de 2006 e estavamos em 2016, no entanto, era, ainda, uma das nossas musicas favoritas. Ficamos os dois a cantarolar a primeira parte da musica escutando nitidamente o som forte do guitara da banda. Quando o vocalista brandon urie cantou o refrão nós nos esquecemos de tudo, era como se fossemos apenas aqueles velhos amigos.

" I chime in with a"Haven't you people ever heard of closing the goddamn door?"
No, it's much better to face these kinds of things."

Nos olhamos e cantamos alto:

" With a sense of poise and rationality
I chime in "Haven't you people ever heard of closing the goddamn door?"
No, it's much better to face these kinds of things
With a sense of Poise and rationality. Again "

Sem fingimento de namoro, ou terceiros para fazer a minha conciencia latejar ou pais para serem enganados. Só apenas duas pessoas que se conhecem desde crianças, que ficaram tão proximos que nada foi omitido entre eles, uma amizade que tinha como base a cumplicidade.

Cantavamos os dois como dois bobos sorrindo com dentes branquinhos e olhos apertados do tanto que era grande nosso sorriso. Quando a musica teve seu fim, eu e ele ainda sorriamos feitos bobos um para o outro enquanto chegavamos ao nosso destino. Era como se a musica tivesse nos ajudado a derrubar uma barreira imaginaria que se ergueu entre a gente, entre nossos corpos, nos deixando distantes um do outro mesmo que estivessimos tão proximos um do outro.

Descemos os dois do carro.

- Ben, vai hoje comigo encontrar com Pietro?

- Não sei, combinei de me encontrar com o Breno. - suspirou - Faz tempo que não nos vemos e ele esta cobrando que eu o veja.

- Sabe que nossos pais iram comigo e ainda meus primos fofoqueiros, se você não for eles iram estranhar. - avisei.

- Eu sei, mas se eu for o Breno vai me odiar e vai querer me matar! - falou da sua forma dramatica, mas sem exageros algum.

- Olha, você decide, okay. Se for, me encontra depois das aulas e vamos juntos, se não for.... Bom, irei aguentar a todos sozinhos. - ri sem humor. Na verdade, ter que aguenta a minha familia junto a do Ben me deixava muito aflita, principalmente, a possibilidade de ficar com eles a sós.

- Tá bom, vejo que faço. Vou pro treino. - beijou minha testa - Até mais tarde.

- Até.

Bom, o dia foi um saco. As meninas, Abgail e Carie não pararam de me atormentar sobre a festa que eu daria. Parece que estavam todos animados para a minha festa, todos menos, no momento... Eu. Não estava sendo um bom dia.

Quando deu finalmente 3 da tarde, horario de fim de aulas, eu esperei pelo Ben na frente da escola, mas não importava o quanto eu esperava, ele não aparecia. Só desistir de espera-lo quando o Pietro me ligou avisando que se eu não aparecesse nos proximos 30 minutos, iria embora e desistiria de fazer a minha festa. Com medo, peguei o primeiro táxi que passou na rua e fui pra o salão de festa.

Amigos Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora