VII - Problemas de Uma Terra Distante

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O grupo havia percorrido as estradas até a cidade e não tiveram nenhum imprevisto durante o caminho. A estrada de terra batida era bem protegida e vigiado por conta do risco de ataques de monstros e feras às caravanas de comércio. Quando não encontravam um posto da milícia que fazia a segurança da rota encontravam um destacamento em patrulha. Nem mesmo em um trecho, de mata fechada que engolia a estrada, sequer uma criatura os impediu de continuar a viagem, eles atribuíam toda essa sorte a aura de paz que emanava de Allen.

Com isso os três sorriram se sentindo abençoados quando viram a cidade quilômetros a frente, no final do caminho, que descia colina abaixo.

Collarthan, despontava abaixo no horizonte com seus muros de pedra clara. A maior cidade turística do reino, era um lugar preferido tanto para os estrangeiros como para os próprios cidadãos de Sambúrdia. Para estes, ter uma residência na beira da Baía dos Selakos era questão de status.

Situada em um dos pontos mais a leste, a cidade se destacava não pela produção agrícola comum em todo o reino, mas sim pela pesca e pelo comércio interno. Todo o cuidado do poder público era voltado para a segurança e diversão de seus visitantes, por causa disso não se via tantos avanços de uma metrópole. Ainda mantinham um ar interiorano. Mesmo com suas ruas cuidadosamente pavimentadas e arborizadas; por suas casas, todas pintadas de branco com gesso e cal e pelo formoso palacete do lorde responsável por aquelas terras, o qual ficava sobre uma colina no lado oeste da cidade.

Se aproximando perto do portão de ferro (mais decorativo do que defensivo) Passaram pelos estábulos, que ficavam em uma parte fora da cidade por questões de higiene e segurança. Logo depois o grupo se reuniu e todos concordaram em falar, (caso fossem interceptados pelos guardas), que o objetivo deles ali tinha a ver com um tio doente e um clérigo para salvá-lo. Não queriam contar sobre a venda do anel para ficar longe de suspeitas. Não precisaram.

A cidade recebia seus visitantes de braços abertos e a situação mais tensa que passaram foi quando um dos guardas gritou para Brannford vestir alguma coisa, apenas para fazer troça pelo fato dele ser um bárbaro.

Caminharam pelas ruas estreitas onde, uma hora ou outra, precisavam dar espaço para uma carruagem de algum nobre caipira passar.

Rey não sabia, mas não havia uma nobreza de verdade em Sambúrdia. Todos que possuíam muito ouro ali poderiam comprar joias, propriedades e roupas caras, mas o sangue assim como os modos continuavam sendo daqueles plebeus que colonizaram o reino. Claro, para o garoto que nunca havia saído do Celeiro de Arton1 as cenas que via eram suficientes para encantar-lhe os olhos. Já para Allen, que havia conhecido todo o leste do Reinado, aquelas pessoas eram a tentativa de algo maior que elas mesmas.

– Temos que ir até a praça do porto, lá devem estar os mercadores. Vendemos o anel e então poderemos aproveitar a cidade! - Disse Rey animado.

– Brannford acha que Rey deveria saber trocar melhor seu ouro – Analisou o bárbaro para a surpresa de todos.

– Eu sei economizar muito bem, Brann, mas com o que é necessário.

– Eu acho que você está colocando fé demais em conseguir um bom preço por um anel amaldiçoado – Disse Allen cruzando os braços.

– Se ninguém colocá-lo não saberão que ele é – Disse Rey dando de ombros – Alias, depois que vendê-lo não é problema meu.

– Vai colocar a vida de pessoas em risco por causa de ouro? - Allen perguntou surpreso.

– Tá bem! - O garoto ergueu as mãos na defensiva – Eu digo que o anel é amaldiçoado, ok? Assim quem sabe, se tivermos sorte, o mercador não dobra o preço.

O Anel do ImperadorWhere stories live. Discover now