Capítulo 8

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O sábado realmente surpreendeu a todos, exceto Frank; como ele mesmo relembrou em dado momento.

– Não disse?

Gisella encarou-o satisfeita.

– Com toda razão.

Os jovens voluntários que se encontravam presentes eram em sua maioria rapazes, da idade de Frank e como ele apostou certa vez, só compareceram devido ao horário do turno escolar. Ele estava orgulhoso, acompanhou cada um deles e os delegou um posto, organizando todos em um trabalho bem dividido e justo. Havia muita comida naquele dia, as mães e mulheres dos respectivos se comprometeram a sustentar todos, com fartura e qualidade, expondo os pratos sobre uma mesa improvisada sob a lona, cobertas por papel alumínio. Copos e pratos descartáveis, sucos e refrigerantes em garrafas térmicas, tudo bem lembrado e feito pelas mulheres que ali colaboravam de algum modo.

– Eu sinto não participar mais do que posso. – Apola lamentou em dado momento ao fazer Gisella abandonar por um minuto seu posto.

– Está cooperando mais do que pode, Apola. Sabe disso.

– Não. Queria estar entre vocês.

– Mas o importante agora é seu rebento. – tentou sorrir. Apola insistiu por quase quinze minutos para que deixasse a obra e a acompanhasse em um tour rápido, aceitando seu café com chocolate e canela.

– Isso não é cappuccino? – arriscou ao saborear o líquido quente e saboroso. Não podia, mas decidiu que seria um pequeno gole.

– Sim. Mas se eu disser isso a eles, não vão tomar. – ela riu sarrista recolhendo os copos e descartando-os em um saco plástico e enorme que as mulheres trouxeram.

– Compreendo.

Sim, mas seus olhinhos apontavam para os metros quadrados que tinha que medir para os cimentos. Frank ao longe, coçava a cabeça certamente procurando-a entre a pequena multidão.

– Não quero mais tomar seu tempo.

– Imagine, não está fazendo isso. Mas, veja seu irmão – apontou para o jovem rapaz que agora estendia a fita métrica pelas paredes. – a empolgação dele me motiva.

Apola acompanhou seu olhar e sorriu, certamente orgulhosa de Frank.

– Ele sempre foi o centrado de casa. Tão jovem... Tão adulto.

– Eu sei como é isso. – sorriu, na verdade queria dizer que entendia a posição de Frank, porque estava longe de ter sido tão adulta na idade dele.

Ainda continuaram rindo voltando até a lona, até que finalmente foi deixada para trabalhar.

As horas corriam, o sol começava meio tímido no céu transmitindo seus raios através das nuvens brancas que o cobriam. A brisa leve que percorria sobre o tempo, não condensava ou amenizava o calor que transbordava e era demonstrado em cada rosto ali presente. As mãos calejadas nãos eram mais raras, todos tinham alguma e Peter aproximou-se exatamente para revelar a sua.

– Acho que vai sangrar.

Gisella avaliou a mão grossa e concordou em seguida.

– Talvez. Passe com Deodora, – apontou em direção á ala oeste da lona. – ela pode enfaixar para você.

– Gisella, o eletricista já chegou. – Frank aproximou esbaforido.

– Oh, que ótimo. – vibrou, – faz o seguinte, diga á ele que o problema parece estar na caixa do pólo negativo, e eu não tenho chave para isso. Pronto, – se voltou para Peter mimado, que parecia querer atenção. – Tem um minuto?

Eu Corro Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora